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    Oito léguas de vantagem

    01/09/2014 02h00

    O São Paulo não jogou mal, mas era previsível a dificuldade contra o Figueirense em Florianópolis. A quantidade de desfalques aumentou o tamanho do problema, apesar do esforço de Kaká. Sem Ganso nem Pato, Muricy escalou seu camisa 8 pelo meio, com menos responsabilidade defensiva.

    Kaká aproveitou a liberdade e deslocou-se pelos dois lados do campo (veja ilustração). Teve chance de fazer 1 a 0 na primeira etapa.

    O quarteto jogou quatro vezes junto e venceu todas, contra Vitória, Palmeiras, Internacional e Santos. A apresentação do Beira-Rio está entre as melhores do Brasileiro. Naquele dia, o São Paulo atuou como candidato a brigar com o Cruzeiro.

    A tabela dá outra noção. São oito pontos de vantagem do Cruzeiro, campeão do primeiro turno com duas rodadas de antecedência, para o Internacional, vice-líder. A maior distância já registrada entre os dois melhores times, ao final da primeira metade do Brasileiro, foi de sete pontos, do líder São Paulo para o Botafogo, em 2007.

    O São Paulo foi bicampeão em 2007 com só cinco titulares do título de 2006. Mas o elenco foi mantido em sua maioria. Havia conjunto.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Do Cruzeiro campeão contra o Vitória, na 34ª rodada do ano passado, oito seguem titulares. É o time mais estruturado da história dos pontos corridos.

    Quando confirmou o título do primeiro turno de 2007, Muricy tinha um ano e oito meses no cargo, exatamente o tempo que hoje permite a Marcelo Oliveira conhecer as características de todos os seus atletas.

    O Cruzeiro é uma equipe e atua como tal.

    O São Paulo ainda acerta suas peças. Kaká e Kardec entraram depois da Copa do Mundo. Isso só é irrelevante quando não há uma equipe mais sólida. Hoje existe.

    Muricy completará um ano no cargo no dia 12 de setembro. Será apenas o segundo técnico da Série A com doze meses no cargo. Abel Braga, do Inter, está há oito meses, foi eliminado pelo Ceará na Copa do Brasil e está prestes a cair na Copa Sul-Americana, contra o Bahia.

    As quedas podem fazer o Internacional concentrar-se no Brasileiro. Pode atenuar a diferença para o Cruzeiro. Também pode diminuir a superioridade do Cruzeiro o fato de os mineiros perderem quatro jogadores para seleções, nesta semana.

    Um absurdo!

    Existe só uma equipe com a percepção de que é preciso trabalhar a médio e longo prazo para garantir sua qualidade. E ela pode ser punida, porque a CBF lhe tira seus melhores jogadores por absoluta incapacidade de fazer o campeonato paralisar quando a seleção joga.

    Por causa disso –e só por isso–, é possível acreditar que o Cruzeiro tropece domingo contra o Fluminense, no Rio, Inter e São Paulo ganhem em casa, contra Figueirense e Sport respectivamente. Só isso pode impedir o Cruzeiro de fechar o turno com a maior distância de pontos para o segundo colocado.

    ONDE ANDAM?

    Renato Augusto tem sido melhor para o Corinthians do que Lodeiro. Ontem, deu passe para gol de Romarinho. Mano Menezes busca alguém que proteja como Petros e organize como Jadson costumava fazer. Há um tempo Jadson também não responde e isso explica o Corinthians em quarto lugar.

    A VIRADA

    O rebaixamento de 2012 começou na última rodada do primeiro turno, quando o Palmeiras perdeu para o Santos. Fechou o turno em 19º lugar. Falta um meia de ligação e confiança. Terminar o turno na zona do descenso pode aumentar a descrença. É preciso vencer o Atlético-PR.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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