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    Verde demais!

    29/09/2014 02h00

    Nathan e Gabriel Dias formaram ontem a 11ª dupla de zaga diferente do Palmeiras no Brasileiro. Ao mesmo tempo, a primeira que se conhece. Juntos, jogaram pelo time sub-20 no primeiro semestre. Pela primeira vez na história do Brasileiro, o Palmeiras escalou toda a defesa com jogadores das divisões de base.

    É sempre um risco escalar garotos às pressas. Na zona de rebaixamento, a chance de queimá-los é maior ainda. Victor Luís é bom jogador, mas errou tanto contra o Goiás quanto nos dois gols da virada do Figueirense, em Florianópolis.

    Apesar disso, só uma coisa da gestão Paulo Nobre é inquestionável: as divisões de base revelam como raras vezes aconteceu.

    Dorival Júnior escalou ontem a 24ª formação palmeirense em 25 rodadas. É óbvio que o excesso de jogadores e de mudanças tem a ver com a crise. O Palmeiras subiu da Série B com uma espinha dorsal formada por Fernando Prass, Henrique, Wesley, Valdivia e Alan Kardec. Toda vez que atuou com quatro deles juntos, o time não perdeu –cinco vitórias e dois empates.

    Editoria de arte/Folhapress

    Com formações diferentes a toda rodada, escale jogadores experientes ou novatos, o time nunca está maduro. Este Palmeiras é sempre verde demais.

    Dorival Júnior herdou todos estes problemas e o desempenho melhorou depois do fiasco de semana passada contra o Goiás. Uma das razões pode ser o retorno de Valdivia –o time ganha 27% dos pontos sem ele, 48% com ele. A razão de perder ontem também foi ele.

    Ontem, Valdivia não foi um dos melhores em campo e perdeu um gol incrível! Não matou o jogo e deu ao Figueirense a chance de reagir.

    Mesmo assim, sua presença reforça a confiança do time e Dorival Júnior repete o que fazia Gilson Kleina para fazer do chileno a referência.

    No primeiro semestre, Alan Kardec marcava volantes e laterais para Valdivia descansar. Ontem, Henrique acompanhou as subidas ao ataque do lateral Leandro Silva, enquanto o chileno se posicionava no ataque, livre de responsabilidade. Não está errado.

    Em uma semana, o Palmeiras melhorou sua capacidade de controlar as ações do meio-campo e de não ser agredido. Como se convencer disso levando três gols em quatro minutos?

    Nas duas próximas rodadas, precisa tentar fazer seis pontos contra rivais diretos na degola. Na quinta-feira contra a Chapecoense, no Pacaembu –em duas partidas da Série B e uma da Série A, o Palmeiras não venceu os catarinenses, agora dirigidos por Jorginho Cantinflas.

    Depois, encontra o Botafogo no Maracanã. Só se conquistar seis pontos poderá ficar mais tranquilo. Em qualquer hipótese, é tempo de entender por que a sorte não ajuda.

    Time se monta com sequência e convicção. Monta-se em janeiro. O Corinthians foi campeão do mundo com uma defesa formada por Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos. Você acreditaria nisso em janeiro de 2012?

    ROBIN HOOD

    O Corinthians ganha dos ricos e entrega aos pobres. Vence os jogos grandes e perde o campeonato nas partidas pequenas. Não ficou preso à defesa, esperando. Não conseguiu jogar, por total dificuldade para entrar na zaga do Atlético-PR.

    Parcela de culpa cabe ao técnico, criticadíssimo semana sim, outra também.

    O Atlético-MG e o Grêmio são as demonstrações atuais de que é possível ser regular. O Grêmio não sofre gols há oito rodadas. Felipão fez seu time subir de 11º para quinto. Novo partidaço de Tardelli. E Felipão ensina o que é volante: "Eles jogam e chegam lá na frente!"

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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