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    Está eleito!

    05/10/2014 02h00

    O Cruzeiro ganhará o campeonato por ser o único time do país; o único com programa de governo

    A lógica da campanha diz que o candidato tem de provar ser bom para ter um período longo de mandato. No caso do Brasileiro, ontem ficou provado ser o inverso. O Cruzeiro passou dois anos brilhantes e por isso está consagrado, eleito! Será o bicampeão brasileiro.

    Na sexta-feira, Abel Braga dizia em voz alta que pretendia atacar o Cruzeiro. Mas tinha problemas. Primeiro, porque Sasha, seu melhor jogador nas últimas rodadas, machucou-se num treino. Segundo, porque o substituto provável, Jorge Henrique, também tinha lesão.

    Questionado por telefone se pretendia marcar o lateral Mayke, do Cruzeiro, respondeu: "Vou com Wellington Paulista e Rafael Moura. Vamos atacar!" A opção era discutível, mas Wellington Paulista machucou-se e não pôde jogar. O Inter atacou. O Cruzeiro esperou e explorou os espaços vazios da defesa colorada. Ganhou o jogo e, na prática, o campeonato.

    O Cruzeiro ganhará o campeonato por ser o único time do país. O único com programa de governo, digo, com planejamento e sequência de trabalho. Marcelo Oliveira trabalha o mesmo elenco há 22 meses.

    Fora ele, Muricy Ramalho está no São Paulo há 12 meses e, neste momento, classificado para a Libertadores. Se houvesse mais dez técnicos e grupos de jogadores trabalhando juntos há um ano, quantos bons times haveria? Muito mais do que um, o Cruzeiro, eleito ontem o bicampeão brasileiro e apenas sem data marcada para levantar o troféu.

    EM QUE COR VOCÊ VIVE?

    Uma peça da recente exposição "A Ópera da Lua", de Osgemeos, tinha como título "Em que cor você vive?". A pergunta é perfeita para o árbitro Marielson Alves Silva, de Flamengo x Santos. No intervalo da partida, pediu para o Santos trocar a camisa listrada em preto e branco e o calção preto pelo tradicional uniforme inteiro branco. O Flamengo voltou de calções negros, diferentes dos brancos do primeiro tempo.

    Flamengo e Santos jogaram a final do Brasileirão de 1983, quando ainda restavam aparelhos de TV em preto e branco, cada um com seu uniforme principal. O Fla de rubro-negro, calções brancos; o Santos de noiva, todo de branco.

    Na semana passada, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira vestiu-se de camisa amarela e calção preto. Enfrentando o Inter, o Coritiba entrou no Beira Rio de camisa verde-limão e calção preto. Estava igual ao árbitro e ninguém reclamou.

    Dono da casa, o Flamengo tinha o direito de jogar com seu uniforme completo e de calção branco o jogo todo. É assim no mundo todo. O adversário que mude de roupa. A CBF que planeje isso durante a semana. E que reste um pedaço para a tradição. O rubro-negro merece ver seu time com seu uniforme número um e isso vale para o corintiano, o palmeirense, o vascaíno...

    Muita gente escolheu seu time de coração pelo uniforme, e a tradição merece um pedaço da indústria do futebol -como a Europa mostra todas as semanas.

    Afinal, em que cor você vive?

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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