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    O país sem craque

    DE SÃO PAULO

    17/11/2014 02h00

    Ser bicampeão brasileiro no domingo que vem, contra o Goiás, é a possibilidade mais concreta para o Cruzeiro.

    Há um ano, o Brasil inteiro lamentou quando chegou a 34ª rodada e o título cruzeirense foi garantido com Éverton Ribeiro fora do jogo.

    Parecia uma sina.

    Assim como em 2003, quando Alex cumpriu suspensão no jogo das faixas contra o Paysandu, dez anos depois o craque do campeonato recebeu o terceiro cartão amarelo e não pôde jogar na partida da taça.

    Neste ano é diferente. Éverton Ribeiro começou a partida contra o Santos no banco de reservas. Também jogou mal contra o Atlético-MG na quarta (12), pela Copa do Brasil.

    Cansaço é a razão do declínio. Dos quatro jogadores mais expressivos do elenco do técnico Marcelo Oliveira, Éverton Ribeiro era o único a começar como titular todas as partidas que disputou, antes da Vila Belmiro.

    Willian jogou mais vezes, mas começou no banco em 19 de suas 47 participações.

    Éverton Ribeiro está longe de ser candidato aos maiores prêmios do Brasileiro 2014. No primeiro turno, o melhor jogador do Cruzeiro foi Ricardo Goulart, que também caiu de produção. Se erguer a taça contra o Goiás, semana que vem, não haverá um craque indiscutível no time campeão.

    Não há um craque incontestável em todo o campeonato.

    Ganso faz boa campanha, Kaká pode ficar com a Bola de Ouro da revista "Placar", D'Alessandro é o mais importante do Inter, Felipão é o destaque do Grêmio e...

    É impossível dizer que é o melhor jogador da temporada.

    Indiscutível qual é a melhor equipe: o Cruzeiro. Na Copa do Mundo foi parecido. A Alemanha, campeã com mérito, não teve um jogador especial. Parece ser o tempo do futebol coletivo, que o Cruzeiro sabe fazer com perfeição. Mas ano passado também sabia e havia um ícone da conquista: Éverton Ribeiro.

    Editoria de Arte/Editoria de Arte

    Fred foi o craque do Fluminense campeão de 2012, Conca do Flu vencedor em 2010, Adriano do Flamengo de 2009... Parecido com o campeonato atual só 2011, quando o Corinthians de Tite venceu, e no tri do São Paulo, quando o destaque era o goleiro Rogério Ceni.

    Ontem, Éverton Ribeiro jogou apenas 18 minutos e deu um passe genial, que quase resultou no segundo gol. É menos do que ele pode. O Cruzeiro quer que o campeonato acabe o mais rapidamente possível, para festejar e em seguida tentar tirar a Copa do Brasil do Atlético-MG.

    Pode ser campeão domingo contra o Goiás e ganhar uma crise se perder o mata-mata para seu maior rival, três dias depois. O Atlético-MG tem seu craque: Tardelli. Incrível que o goleador do Galo no Brasileirão, com nove gols, não tenha marcado nenhuma vez na Copa do Brasil.

    É provável que o Brasileirão termine com um campeão incontestável e sem um craque consagrado. A Copa do Brasil também.

    O VISITANTE
    Depois da eliminação da Copa do Brasil, o Corinthians mudou como visitante. Não encanta, mas joga com inteligência. Ontem, ofereceu a posse de bola ao Bahia e saiu na certa. São duas vitórias como visitante depois da queda no Mineirão: 2 x 1 no Inter e 2 x 1 no Bahia. É o que pode levar à Libertadores. Faltam duas viagens, contra Goiás e Fluminense.

    O ANFITRIÃO
    Kaká, Luís Fabiano e Ganso aproveitaram a imensidão de espaço na cabeça de área do Palmeiras. Foi a pior partida de Nathan desde sua estreia, mas a diferença entre os dois times é ter alguém criativo ou não ter. Sem ser brilhante, o São Paulo teve. É incrível como Valdivia faz falta. O Palmeiras não precisava de pressão extra na inauguração do estádio.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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