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    Novos Meninos

    DE SÃO PAULO

    19/01/2015 02h00

    Chico Formiga costumava contar com sorriso no rosto a forma como foi obrigado a montar a geração dos Meninos da Vila, encantadores e campeões do Paulistão-1978. Recém-contratado, fez um diagnóstico assustador ao presidente Rubens Quintas. Disse que era preciso contratar um time novo inteiro. Incrédulo, Quintas respondeu não haver dinheiro para isso e escutou a réplica:

    "Tem de contratar um time todo! Ou então é melhor até apostar nos meninos..."

    A resposta de Rubens Quintas foi taxativa:

    "Pode escalar os meninos!"

    Quase nunca foi por filosofia, mas por necessidade, que o Santos formou quatro gerações de garotos. A de 1978 deu origem ao apelido "Meninos da Vila", mas não foi a primeira. A mais perfeita equipe de todos os tempos vestiu-se de branco com três pratas-da-casa apenas –Coutinho, Pelé e Pepe. Mas Lima, Dalmo, até mesmo Zito, chegaram ao Santos na faixa dos 20 anos.

    O Santástico, o Show da Vila, jogo de palavras criado em 1978 com o slogan do programa da TV Globo ""Fantástico, o Show da Vida"" também tinha jovens contratados a preços baixos. Os pontas Nilton Batata, do Atlético-PR, e João Paulo, do São Cristóvão, eram exemplos.

    Enderson Moreira não considera Arouca uma peça indispensável e já pensava assim antes de o volante entrar na Justiça. Não desejava perdê-lo, mas preferia abrir mão de um volante no elenco do que de Lucas Lima, Geuvânio, Thiago Ribeiro ou Gabriel.

    Destes, só dois são criados como Meninos da Vila: Gabriel e Geuvânio. Lucas Lima mescla juventude e talento para reger o meio de campo e Thiago Ribeiro tem velocidade e experiência para compor com Elano e Ricardo Oliveira a parte experiente de uma equipe jovem.

    É mais fácil montar um bom time com o que resta do elenco santista do que explicar por que o Santos endividou-se tanto depois de vender Neymar, Ganso, Danilo, Alex Sandro, Rafael Cabral e Zé Love, campeões da Libertadores de 2011.

    Uma corrente na Vila aposta que a dívida começou com a mudança de filosofia entre 2010 e 2011.

    Em vez de usar meninos e mesclá-los com alguns experientes, o Santos começou a contratar mais e pagar mais caro por quem ajudava pouco. Elano recebeu alto salário em sua segunda passagem pela Vila. Ibson, Henrique e Leandro Damião foram outros exemplos.

    O Santos arrecadou com vendas, mas gastou demais em contratações equivocadas e salários desproporcionais.

    É duvidoso se Ricardo Oliveira e Elano são as contratações certas. Mas são baratas, neste momento.

    E ainda há em casa jovens promissores para formar uma nova espinha dorsal.

    Para quem acha que a eliminação precoce da Copa São Paulo desmente essa tese, vale a lembrança de que nem Robinho nem Neymar brilharam na Copinha.

    NOVO PALMEIRAS

    Dudu ainda não estreou e o melhor em campo no amistoso de sábado foi Alione, que já era da casa. Boas estreias do lateral Lucas e do atacante Leandro Pereira. Na nova formação, Oswaldo pode usar Alione pela direita e Dudu pela esquerda. Claro, se Alione jogar o que se imaginava na sua chegada.

    NOVO CORINTHIANS

    Emerson como ponta de lança é uma formação igual à da final contra o Chelsea, em 2012. Tite começa do jeito que chegou ao ápice. Só que Emerson não é o mesmo. Pode ser útil, desde que escalado com moderação. O Corinthians tem bom time. E Renato Augusto prometendo que 2015 será seu ano.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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