O Barcelona tem só um ponto à frente do Real Madrid. A última vez que os rivais chegaram ao clássico do segundo turno com disputa direta pela liderança foi em 2010. Na comparação com aquele mês de abril, quando o Barça venceu por 2 a 0 e desempatou a tabela de classificação, há um ingrediente extra.
Daquela vez, Messi era o goleador da temporada com 25 gols e Cristiano Ronaldo tinha 16. Hoje, Messi entra em campo como dono da artilharia com 32 gols. O português tem só dois a menos.
Desde que Cristiano Ronaldo trocou o Manchester United pelo Real Madrid, em 2009, Messi e ele revezaram-se na conquista do troféu Pichichi, oferecido ao goleador da Espanha.
Messi ganhou em 2009/10, Ronaldo em 2010/11 com o recorde de 40 gols. Messi superou-o no ano seguinte e fez 50! Também foi artilheiro em 2013 com 46 e perdeu para os 31 gols do gajo no ano passado.
Em todo este revezamento, só em 2014 os dois melhores do mundo chegaram ao clássico do segundo turno brigando cabeça a cabeça. Cristiano Ronaldo tinha 22 gols, Messi 18, mas a diferença do Real para o Barça era de quatro pontos, com o Atlético de Madrid em segundo lugar –assumiu a liderança por causa dos 4 x 3 favoráveis ao Barcelona.
Nunca o clássico espanhol teve os dois clubes e os dois craques disputando simultaneamente e de maneira tão ferrenha a liderança da tabela e da artilharia.
Messi vai fazer 28 anos e Cristiano já tem 30. Não vão durar para sempre, mas vivem a sexta temporada inesquecível. Algumas vezes, a história passa à sua frente sem você perceber. Outras vezes, a história grita! É o caso do Barcelona x Real Madrid de hoje à tarde.
FOGUETES E BANDEIRAS
O Maracanã ganhou rotina todos os dias, não só nos domingos de jogos. Segunda passada, vi 300 turistas fazendo o tour pelo estádio, lanchonetes abertas e vida a todo vapor. Hoje, o Maraca se prepara para receber o maior público do Brasil no ano, mais do que os 49 mil presentes de Botafogo 1 x 0 Flamengo, para ver Flamengo x Vasco.
Nesta mesma semana, a Federação do Estado do Rio divulgou nota oficial que pode ampliar o racha criado com Flamengo, Fluminense e o consórcio que administra o ex-maior do mundo. Diz: "Qualquer interferência do Maracanã que possa impedir ou prejudicar o cumprimento das decisões do Conselho Arbitral poderá ensejar a não marcação de qualquer partida para esse estádio." Em vez de conciliar e trabalhar para que as finais tenham mais de 70 mil pessoas no palco mais carismático do futebol mundial, a Federação ameaça tirar as semifinais e as finais de lá.
Enquanto isso... Em São Paulo, metade dos clássicos são disputados às quartas-feiras, como Palmeiras x São Paulo daqui a três dias.
É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.