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    A semana dos recordes

    03/05/2015 02h00

    A primeira partida das finais do Campeonato Paulista, entre Palmeiras e Santos, registrou recorde de público no novo Allianz Parque.

    No mesmo dia, o Mineirão recebeu o maior público do país em 2015, com 53 mil pagantes. A marca durou só três dias, porque 73 mil espectadores, 63 mil pagando ingresso, foram ao Castelão na quarta-feira, para assistir à final da Copa do Nordeste, Ceará x Bahia.

    Os estaduais e copas regionais chegam ao fim com médias de público ruins, mas sucesso indiscutível nos jogos grandes. Das dez partidas com mais espectadores no Brasil em 2015, só uma aconteceu pela Libertadores –Corinthians x San Lorenzo, recorde do estádio corintiano em Itaquera.

    O Grenal de hoje, no Beira-Rio, deve receber 48 mil pessoas, mais do que todos os jogos da Copa do Mundo. Será também o maior número de torcedores no novo estádio do Internacional.

    A sucessão de marcas históricas nos palcos do futebol brasileiro não é nada mal para quem passa os primeiros quatro meses do ano cuspindo contra a falta de qualidade e de interesse pelos Campeonatos Estaduais. Existe vida e não se trata de dizer que os encontros entre times grandes despertam o interesse dos torcedores. Ou a Caldense não faria parte da lista dos recordes desta semana. Nem o Ceará.

    No ano passado, o maior público do Brasil aconteceu nas quartas de final da Série C, Fortaleza x Macaé. O Castelão é um fenômeno, casa que mais gente arrasta aos jogos no país, e evidencia o escândalo de o Maracanã não poder vender mais de 58 mil bilhetes, por causa das gratuidades. Há sempre previsão de 12 mil torcedores entrando sem pagar um centavo no Maraca –o problema já existia antes da reforma.

    Só a Copa Nordeste e o Paulistão tiveram mais de 7 mil torcedores por jogo, em média, e neste aspecto nem o Brasileirão seduz, com seus 15 mil torcedores por partida.

    É mais fácil fazer da Série A o grande campeonato que precisa haver no país do que revitalizar 27 estaduais. Mas a semana dos recordes demonstra que há interesse e importância nas conquistas de hoje à tarde.

    Uma delas, na Vila Belmiro, onde certamente haverá estádio lotado, mas com o menor número de torcedores de todas as decisões –só cabem 18 mil pessoas em Santos.

    Robinho pode festejar sua primeira taça no campo onde foi criado. Antes, foi campeão no Morumbi, São José do Rio Preto, Barradão e Pacaembu.

    Ou o Palmeiras pode confirmar o êxito de seu projeto e enfim dar sinal de que voltará a disputar os principais títulos do futebol brasileiro a partir deste ano. A torcida fez sua parte. Há 29 mil pessoas por jogo no novo palco palmeirense. Desde que foi campeão brasileiro em 1993, o Palmeiras não arrastava tanta gente para ver suas partidas.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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