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    O buraco do Corinthians

    25/05/2015 02h00

    É assustador pensar que o Corinthians não teve força ofensiva contra o Fluminense no Maracanã e que será ainda pior daqui a duas semanas. Se com Guerrero, o time sofre para fazer gols, como será sem ele?

    A crise financeira explica por que não haverá a renovação e é bom explicar por que o Corinthians passou a conviver com a falta de dinheiro.

    A maior explicação deste ano foi a contratação de três reservas cujos salários, com encargos, tiram R$ 2 milhões dos cofres todo mês: Cristian, Vagner Love e Edu Dracena. Eles representam R$ 24 milhões por ano.

    A dívida alcançou R$ 313 milhões, sem contar o estádio, que terá prestações mensais de R$ 5 milhões entre julho e novembro de 2016. Nesse período, serão R$ 70 milhões a pagar, exatamente o valor arrecadado com a bilheteria em Itaquera desde a inauguração.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Se este valor estivesse na conta do futebol, a situação econômica talvez não inviabilizasse a permanência do centroavante.

    Mas é bom lembrar que o peruano pede dinheiro demais, com ou sem os R$ 70 milhões da bilheteria em caixa. Algumas coisas mudaram nos últimos três anos, desde o período em que o Corinthians se orgulhava de ter as contas em dia e trazia no avião a taça de campeão mundial.

    Uma delas é a situação do país, que dificulta empresas de todos os setores –é natural que os clubes também sofram. Outra foi gastar demais com jogadores médios. Rodriguinho, Ibson, Pato e Maldonado são exemplos.

    Perder Guerrero e Émerson não seria tão grave se houvesse reposição nas divisões de base. Falta pouco para ter o projeto do centro de treinamento da base funcionando lado a lado com os profissionais, com o departamento de futebol totalmente integrado.

    Como isso demorou mais do que se previu em 2012, não há um centroavante jovem preparado nos últimos meses para vestir a camisa 9.

    Nem Vagner Love parece ser esse cara. Desde sua chegada, não fez nenhuma boa partida, o que tem a ver com sua atual condição física, mas também com a característica, que não se adapta ao sistema tático de Tite, como atacante isolado.

    Nada disso impede o Corinthians de ser campeão brasileiro, mas tudo isso dificulta muito. No Maracanã, Tite manteve Edu Dracena como titular e escalou Edílson na lateral direita. Uma maneira de melhorar a saída pelos lados, arma imprescindível nos melhores momentos da equipe, entre fevereiro e março.

    Sem um centroavante e sem as infiltrações de Elias, no banco de reservas do Maracanã por causa de uma lesão na coxa, as eventuais correções táticas esbarram nas limitações técnicas. Também na desconfiança geral sobre um time que já viveu seu melhor momento da temporada e cuja torcida sabe que precisará conviver com muito menos talento nos próximos meses.

    FALTA O ATAQUE

    Valdivia foi muito mal contra o Goiás. Ele não liga o meio com o ataque. Para piorar, quando a bola chega, Leandro Pereira e Cristaldo não finalizam. São dois pontos em nove disputados. E pela frente: Corinthians, Inter e Figueirense. Em duas semanas, o sonho da Libertadores pode estar longe.

    A DEFESA

    O Cruzeiro mudou. Melhor ataque dos dois últimos Brasileiros, agora tem a melhor defesa da América do Sul. Dos nove jogos da Libertadores que disputou até agora, só sofreu gol em dois. Manter esse índice significará eliminar o River Plate e avançar às semifinais da competição.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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