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    Osorio a médio prazo

    06/07/2015 02h00

    Juan Carlos Osorio não lamentou a saída do volante Denílson. Não que tenha comemorado, mas Hudson já tinha conquistado pontos na sua avaliação. Iria se tornar titular. Só que perder três volantes é péssimo e mesmo que tenha recuperado Rodrigo Caio pela reprovação nos exames médicos do Valencia, isso representou escalar um zagueiro improvisado como volante.

    Improvisado?

    Osorio trabalha com o conceito de polivalência e recebeu a informação de que Lucão já atuou como primeiro cabeça-de-área. Por isso, escalou-o. Funcionou, mas foi melhor com Rodrigo Caio, o substituto no segundo tempo.

    Executar múltiplas funções é tão básico no futebol atual quanto dar tempo ao treinador para montar sua equipe. Tão fundamental quanto não avaliar negativamente um trabalho depois de apenas seis jogos, como já se faz com o treinador colombiano.

    Empatar com o Fluminense em casa e jogar mal, apesar da bola na trave no segundo tempo, só não seria aceitável se Osorio estivesse no segundo ano de trabalho e com tudo caminhando de acordo com o que foi combinado. Não é o caso.

    Por enquanto, Osorio não tem a flexibilidade tática que muita gente imaginava, mas trabalha para dar conjunto e um jeito claro de atuar para sua equipe. Esbarra em questões antiquadas.

    Por exemplo: Ganso. Osorio já o testou mais atrás, pelo lado, mais à frente, com falso nove. Ontem, Ganso acomodou-se na faixa central de criação como um camisa 10 à moda antiga que espera seu marcador, como se esperasse o barranco para morrer encostado.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O número 10 do Fluminense veste a 30 e também fez partida apagada, ontem. Mas movimenta-se de maneira completamente diferente. A começar pela escalação.

    Enderson Moreira julga que Gérson joga melhor pela ponta do que pelo meio. Quinta-feira, contra o Santos, escalou-o pela direita, com o atacante Marcos Júnior pela faixa central.

    Gérson não é ponta, mas usa a lateral do campo para fugir da marcação e, mesmo com a responsabilidade de marcar, escorre por todos os setores do campo para organizar o Flu. Num contra-ataque no primeiro tempo de ontem, foi empurrado por trás numa jogada em que escapou da ponta para ser vítima de um suposto pênalti.

    Como Messi ou Valdivia na Copa América, Gérson não se acomoda pela faixa central para não ser presa fácil para os volantes. Ganso é diferente. Acomoda-se.

    Osorio precisa colocar o dedo na ferida em assuntos como este. Mas isto só será possível quando tiver respaldo e esta última palavra só virá se os resultados chegarem ou se a direção tiver convicção de que seu trabalho será bom.

    Era a situação de Ricardo Gareca, medalha de bronze da Copa América com a seleção do Peru, demitido no Palmeiras há um ano depois de apenas treze partidas.

    VEM FELIPÃO

    O Grêmio venceu o Santos: sexto êxito em oito jogos sob o comando de Roger Machado. Joga bem. Sem centroavante fixo, Luan e Pedro Rocha atormentam adversários. Roger foi discípulo de Felipão que, na China, não virá ao primeiro encontro no conselho da CBF. Deveria vir.

    POR PERTO

    O Corinthians ainda não é sombra do que era no início do ano, mas Tite vem reconstruindo. Com o retorno de Elias, voltou a ter apenas um volante fixo –Bruno Henrique– e boa movimentação. Só que voltou a ser a equipe dos poucos gols, vitórias magras, empates sem graça.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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