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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Luxemburgo era genial

    24/08/2015 02h00

    Vanderlei Luxemburgo nunca foi um pop star como José Mourinho ou Pep Guardiola. Mas, assim como a torcida do Chelsea canta o nome do treinador português, houve um tempo em que o Palmeiras entrava em campo e ouvia-se das arquibancadas o coro: "Au, au, au, Luxemburgo é genial!"

    Era a época do ataque dos 102 gols, Paulistão de 1996, vencido pelo Palmeiras. Também do histórico duelo pela final da Copa do Brasil, Palmeiras 1 x 2 Cruzeiro.

    Dois anos depois, era unânime tratar Luxemburgo como o melhor treinador do Brasil. Telê Santana estava doente. Os corintianos não fizeram um similar do "olê, olê, olê, Telê, Telê", dos são-paulinos.

    Sem musiquinhas, falava-se em "nós táticos", quando o Corinthians de Luxemburgo vencia. O maior triunfo, 2 a 0 no Cruzeiro, em 1998, levou ao Parque São Jorge a taça do Brasileirão pela segunda vez na história, com um time formado por craques como Rincón, Marcelinho e Gamarra, mas também por Batata, Índio e Gilmar Fubá.

    No espaço de uma semana, Luxemburgo revive sem o mesmo brilho dois dos duelos mais importantes da sua carreira. Como técnico do Cruzeiro, perdeu do Palmeiras por 2 a 1 pela Copa do Brasil e para o Corinthians por 3 a 0 pelo Brasileirão, neste domingo.

    A melhor versão de Vanderlei Luxemburgo faz falta. Alguém podia se incomodar com os ternos debaixo do sol, à margem do campo, com as saídas de cena antes dos títulos sob o pretexto de a festa ser dos jogadores... Mas alguns dos times mais brilhantes do Brasil nos últimos 20 anos tinham Luxemburgo ao lado do banco.

    Editoria de arte/Folhapress

    O Cruzeiro de 2015, derrotado na quarta pelo Palmeiras e domingo pelo Corinthians, não é sombra daquelas equipes. Luxemburgo não conquistou nenhum título nacional depois de sua passagem pelo Real Madrid, em 2005. São dez anos de jejum, sem Brasileirão nem Copa do Brasil, apesar de cinco títulos estaduais, pelo Santos (2006 e 2007), Palmeiras (2008), Atlético-MG (2010) e Flamengo (2011).

    Não se trata necessariamente de desatualização. O Cruzeiro joga na maior parte das vezes no mesmo 4-1-4-1 desenhado por Tite no Corinthians. Mas a magia da comunicação com os jogadores que julgavam ele inigualável do ponto de vista tático perdeu-se.

    Vencer por 1 a 0 o terceiro duelo em sequência contra Palmeiras e o Corinthians na próxima quarta-feira significará disputar o título da Copa do Brasil a partir das quartas de final. Neste Brasileirão, Luxemburgo mantém desempenho semelhante ao dos últimos anos. Dirigiu 19 partidas, somou 22 pontos.

    Ele argumenta e tem razão em dizer que classificou suas equipes para a Libertadores em 2006, 2007, 2008, 2011 e 2012.

    Não exclui a saudade dos times que ganhavam taças nacionais e não apenas se classificavam para torneio continentais.

    OSCILAÇÃO

    Levir Culpi diz que não há nenhum time no Brasil. Esqueceu-se do seu, que é uma equipe montada, apesar de oscilar. O Corinthians, também, pelos oito meses de trabalho seguido. Os outros estão em construção, o que explica, por exemplo, o Grêmio perder ponto e escapar de perder para a Ponte.

    INÍCIO RUIM

    A primeira crítica que se faz a Rafa Benítez no Real Madrid é montar a defesa e não conseguir agredir no ataque. Dos nove primeiros jogos do ano, cinco vezes o Real não marcou. Foi assim ontem contra o Sporting Gijón, nas Astúrias. Rafa é torcedor confesso do Real. Mas isso não o protegerá das críticas.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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