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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    O dia de ser pragmático

    26/10/2015 02h00

    Fazia três meses que o Corinthians não vencia um jogo pelo mais magro dos placares, 1 a 0. Desde 18 de julho, quando a vantagem mínima contra o Atlético-MG serviu para empatar com os mineiros em número de pontos no topo da tabela de classificação –pelo saldo de gols, o time paulista era o vice-líder.

    A comparação do virtual campeão brasileiro de 2015 com a campanha do título de 2011 é ilustrativa. Quatro anos atrás, de cada três vitórias corintianas, uma era por 1 a 0 e, dos 21 triunfos, 17 foram por um gol de diferença.

    A seis rodadas do fim do torneio, o Corinthians já tem as mesmas 21 vitórias do Brasileirão de quatro anos atrás, mas só cinco por 1 a 0.

    Há uma razão objetiva para isso: este time é melhor.

    Editoria de arte/Folhapress
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    Não se trata de falar apenas da qualidade dos jogadores, mas do desempenho coletivo.

    O gol da vitória sobre o Flamengo começou de novo com Renato Augusto, como se fosse o volante, responsável pela saída de bola. Foi ele quem mais acertou passes no clássico das torcidas.
    A jogada passou de novo por Jadson, líder de assistências do Campeonato Brasileiro.

    Até a Libertadores, Guerrero era o responsável pelos gols que valiam pontos. O gol de jogador firme, que faz 1 a 0 ou 2 a 1, o gol da vitória.
    Jadson é seu herdeiro, autor de 12 gols, dos quais cinco colocaram o Corinthians em vantagem no marcador. Quando jogava pelo Corinthians, 75% dos gols do centroavante peruano colocavam o time em condição de fazer pontos. Ou empatava a partida, ou fazia o gol do 1 a 0 ou do 2 a 1.

    Esse índice, do gol que vale ponto, é importante também para entender o momento atual de Vagner Love. De seus onze gols na campanha, um assegurou um empate, outros quatro colocaram o time à frente do rival. Quer dizer que os gols de Vagner Love garantiram 13 pontos, quatro vitórias e um empate.

    Longe de ser o destaque do jogo, porque Renato Augusto, Jadson e Elias mereceram mais o prêmio, Love cumpre a profecia dos companheiros. Sobe de produção a cada rodada, resultado da recuperação física de quem não tinha, até dois meses atrás, a mesma condição de quem está no grupo desde janeiro.

    Love precisou trabalhar mais para chegar a outubro em forma física semelhante à de seus colegas.

    A vitória sobre o Flamengo não representou nem de longe a melhor atuação da campanha. O Corinthians errou 55 passes e finalizou o mesmo número de vezes do rival. Mas venceu.

    Às vezes é preciso ter o estilo pragmático do velho Tite. Aquele do Corinthians 2011, que vencia por 1 a 0 e não tinha vergonha de dar chutão se fosse necessário.

    Mas é sempre bom ver o Corinthians sair da defesa para o ataque de pé em pé.

    A história do futebol registra casos de times que deram volta olímpica e perderam o título, como o Flamengo na Taça Guanabara de 1968, e que vestiram a faixa e perderam o campeonato, como o Botafogo no Estadual de 1971. O Corinthians tem a seriedade de quem sabe que só ganhará o troféu quando for matemático. Por isso não o perderá.

    Semana que vem será o dia do confronto direto contra o Atlético, em Belo Horizonte. Vencer no Independência será a senha para começar a contagem regressiva e entender a data exata em que o Corinthians levantará a taça do seu sexto título brasileiro.

    RISCO PALMEIRAS

    Dos últimos vinte jogos que disputou, o Palmeiras sofreu gol em 19. Isso mostra o risco de priorizar a Copa do Brasil e cair de quinto para oitavo lugar no Campeonato Brasileiro. Já são quatro derrotas em casa. Se perder a vaga para o Fluminense, Marcelo Oliveira terá pressão sobre si.

    NA LIBERTADORES

    O São Paulo reage, mas o Internacional tem o caminho mais limpo. Há duas semanas, Argel Fucks fala sobre a tabela contra Joinville, Goiás, Ponte Preta e Chapecoense, antes do Grenal. O Santos tem mais conforto, mas precisa vencer o clássico contra o Palmeiras, na semana que vem.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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