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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Nove dias para a final

    16/11/2015 02h00

    Os jogadores do Palmeiras fizeram reunião em São Paulo, antes da viagem para a concentração de cinco dias em Atibaia. Das questões discutidas, uma foi a maneira como o time precisa jogar contra o Santos na final da Copa do Brasil.

    É óbvio que o Santos é o favorito contra o Palmeiras.

    Esse não foi o ponto mais discutido, mas a maneira como fazer o time de Marcelo Oliveira jogar finalmente de maneira convincente. É sua única chance.

    Entre os jogadores, é consenso que não pode haver um sistema tático tão aberto como o Palmeiras tem apresentado. Não com um armador aberto por cada uma das pontas e mais um atacante. Não contra o Santos.

    Robinho tem o melhor argumento. Ele não gosta da ideia de jogar como se fosse um ponta direita.

    Embora esta não seja exatamente esta a sua função, Robinho arma o jogo pelo lado do campo, marca o lateral adversário e dali começa a construção das jogadas.

    Contra o Fluminense, nas semifinais da Copa do Brasil, única vitória palmeirense nos últimos cinco jogos, a bola só parou no meio-de-campo enquanto Robinho esteve em campo. Quando saiu, o meia centralizado, Dudu, passou a oferecer um único ritmo para o jogo. Só contra-ataque.

    O favoritismo do Santos é evidente, mas o adiamento da decisão cria um ingrediente novo. Há quem não entenda quando se fala sobre isso.

    O Santos será tão favorito nas finais dos dias 25 de novembro e 2 de dezembro, quanto seria se a primeira partida acontecesse em 4 de novembro, como estava previamente marcada.

    Mas os 20 dias dão chances para o inesperado –e também para o esperado. Espera-se a recuperação de Arouca, bom reforço palmeirense. Não se espera uma lesão de um santista. Mas o inesperado pode aparecer.

    Também pode acontecer de os cinco dias do Palmeiras em Atibaia, depois de conversar a respeito dos problemas evidentes da equipe, melhorarem o desempenho e aumentarem o equilíbrio da decisão.

    Hoje, o Santos é mais rápido e alterna o ritmo das partidas, Lucas Lima organiza e ataca, Gabriel e Marquinhos Gabriel se juntam a Ricardo Oliveira com fúria ofensiva.

    O Palmeiras abusa dos lançamentos longos, dos contra-ataques rápidos com a velocidade de Dudu e dos erros de passes. Mas já entendeu que só existe uma hipótese de vencer a Copa do Brasil: mudar.

    Houve cinco jogos entre Palmeiras e Santos neste ano, com três vitórias santistas e duas palmeirenses, todas por um gol de diferença. Todas equilibradas.

    Quando o ano começou, o Santos era o time que tinha dívidas com floricultura e parecia condenado a brigar contra o rebaixamento. O vice de futebol, Dagoberto dos Santos, montou o novo time discretamente. Em novembro, o Santos é o único clube com chance de ter duas taças no ano –Campeonato Paulista e Copa do Brasil.

    O Santos também tem certeza de que não perderá Lucas Lima antes da Libertadores e poderá ter o meia como arma para conquistar o quarto título continental. Tudo isso é prova de uma temporada bem feita.

    O Palmeiras foi o inverso. Foi agressivo no mercado, usou e abusou da ousadia do diretor de futebol, Alexandre Mattos, e fez muito barulho porque sabia da necessidade de voltar a ser campeão.

    Hoje, é o time do quase.

    Na reunião de quarta-feira passada, os jogadores mostraram saber qual será a gravidade, se isso acontecer. Há nove dias para mudar o rumo da decisão.

    O CENTROAVANTE
    Mano Menezes aprendeu em dois anos de seleção que jogar com centroavante contra as melhores seleções da atualidade significa abrir mão de alguém que participa da partida. A saída de Ricardo Oliveira e o gol de Lucas Lima reforçam essa tese.

    O CLÁSSICO
    Messi continua sua recuperação e deve jogar contra o Real Madrid. O maior jogo do planeta também terá Neymar, de azul e grená, e Cristiano vestido de branco. Hoje, tem paz com a torcida no Barça. E a torcida desconfiada de Rafa Benítez, em Madri.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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