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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Três anos de Ganso

    29/11/2015 02h00

    Foi o próprio estafe de Paulo Henrique Ganso quem sugeriu ao Santos a ideia de contratá-lo. Por isso, a diretoria santista passou a ter seu nome no radar, embora saiba ser muito difícil efetivar o negócio. "O Leco poderá ser maleável para atender a vontade do jogador", disse um dirigente santista. "Não vai haver negócio", garante o presidente do São Paulo.

    É diferente o caso do Flamengo, que admite ter procurado o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e questionado sobre o meia. "Era muito caro", diz o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello. O dirigente diz que Ganso não é prioridade, mas não descarta uma nova investida se o preço for acessível.

    A lógica é Ganso começar o ano no Morumbi, mas a sequência de declarações exige duas reflexões.

    A primeira é sobre Ganso.

    Há quatro anos, havia uma manchete mensal divulgando o interesse de algum clube do exterior pelo camisa 10 campeão da Libertadores depois de Pelé. Ora a Internazionale, ora o Paris Saint-Germain, ora o Milan.
    Ganso sempre desmentiu querer sair do Santos e sempre negociou um plano de carreira semelhante ao de Neymar.

    Mas ficou evidente seu desejo de sair quando o negócio com o São Paulo avançou, em 2012.

    O desenho da crise é absolutamente igual hoje em dia. Discute-se por que Ganso não joga como em 2010 todos os dias e nunca mais se falou em chance na seleção nem Europa.

    As estatísticas lhe são favoráveis. É o segundo do Brasileirão em passes para gol e o meia que mais desarma. Ele não convence, mas o São Paulo diz que não vende, o Flamengo admite que pensou em comprar e o Santos o mantém no radar. Se em quatro anos, o mercado internacional não fala em Ganso é porque seu nome ficou maior do que seu futebol. E é nisso que ele tem de pensar quando fizer seus desejos de ano novo. Se de fato ele quiser voltar ao Santos, será admitir o fracasso e começar tudo de novo.

    O peso do nome tem a ver com o momento do Santos. A diretoria desmente que Robinho tenha se oferecido para voltar da China, descarta pagar a ele o que já pagou, diz que observa a situação de Ganso e quer mesmo manter Lucas Lima. Se tudo isso acontecer, será a receita certa.

    O maior reforço para o time em 2016 é a manutenção da equipe atual. Depende de quarta-feira (2).

    Antes do mercado se abrir, a percepção é que Lucas Lima quer ficar mais sete meses para jogar a Libertadores. Para jogar o Paulistão... aí, não. Nesse caso, o telefone do presidente do São Paulo pode tocar perguntando quanto Ganso custa.

    Significa que o sucesso desta semana pode servir para não precisar de um nome de peso no ano que vem. Só existe uma coisa que torcedor gosta mais do que de ídolos: é de títulos. Se ganhar a Copa do Brasil, o Santos poderá anunciar que o time do ano que vem é o mesmo do segundo semestre e que o único reforço é a manutenção de Lucas Lima. Se perder, pode buscar um reforço como Ganso e, como no caso do meia, será admitir o fracasso em manter seu maior craque do momento.

    Incríveis coincidências desta final de Copa do Brasil. O dono da casa venceu por 1 x 0, perdeu um pênalti, o adversário terminou com dez homens, a torcida comemorou a derrota. Tudo como na primeira final do Paulistão. A semelhança entre Palmeiras e Santos é que só a vitória trará a paz completa no ano que vem.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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