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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    As reformas

    21/03/2016 02h00

    Cuca perdeu seus seis primeiros jogos como técnico do Atlético, logo depois da chegada, em 2011. Caiu contra Coritiba, Corinthians, Cruzeiro e três vezes para o Botafogo, uma pelo Brasileirão, duas pela Copa Sul-Americana. Tornou-se campeão da Libertadores dois anos mais tarde.

    Não significa que o início inseguro no Palmeiras vai levar ao mesmo destino. Mas se é para mudar o técnico, como mudou, então é para acreditar nas mudanças que precisam acontecer.

    O mesmo vale para o São Paulo, que trocou o vice-presidente de futebol, mas mantém seu técnico, apesar do pior início de ano desde... 1992! Da última vez que o São Paulo teve cinco derrotas nos primeiros quinze jogos do ano, pedia-se a demissão de Telê Santana. Três meses depois, foi campeão da Libertadores.

    Como seria se demitisse...

    As crises de Palmeiras e São Paulo são diferentes, mas a aparência é quase igual. No São Paulo, os problemas políticos interferem na montagem do time. No Palmeiras, a questão é puramente técnica. Como resultado, os dois clubes estão a dois passos da eliminação na Libertadores e patinam também no Estadual.

    Bauza ainda deseja um time mais agressivo, mas esbarra na lembrança do jeito de jogar do São Paulo dos últimos dois anos. Contra o Ituano, houve 60% de posse de bola 92% de acerto de passe. Não parece, né? Porque o time tem momentos de sono e agride pouco o adversário.

    A única novidade parece haver quando Paulo Henrique Ganso vibra. Ontem, marcou seu sexto gol do ano e comemorou como se fosse decisão de campeonato. É justo que seja assim. Injusto é quando se apaga na partida. Neste ano, em quinze partidas, Ganso marcou seis gols. No ano passado inteiro, foram três.

    Se o São Paulo vencesse os dois jogos contra o Trujillanos, pela Libertadores, e contasse com dois empates entre The Strongest e River Plate, poderia confirmar a classificação com uma rodada de antecedência. Por enquanto, o plano inteiro deu certo, menos a parte que depende do próprio tricolor -não venceu o Trujillanos!

    No Palmeiras, a culpa de tudo foi apontada para Marcelo Oliveira desde o ano passado, mas a chegada de Cuca não mexeu no jeito da equipe jogar. O novo treinador pensa em montar um 4-3-3, que ainda não escalou.

    Contra o Audax, o sistema foi o mesmo de antes, com Gabriel e Arouca como volantes, Gabriel Jesus pela esquerda e uma única mudança no posicionamento de Dudu e Robinho -o camisa 7 jogou aberto pela direita.
    Alguém dirá que falta mesmo um elenco melhor. O Palmeiras não tem uma seleção, mas a qualidade dos jogadores permite formar boa equipe.

    No Atlético, na sexta derrota, Cuca tinha Réver, Bernardo, Leonardo Silva, Pierre... A arquibancada gritava e queria jogadores. A transformação passou por contratações, mas principalmente pelo velho elenco acreditar no que se estava fazendo.

    O São Paulo tem mais problemas de elenco do que o Palmeiras. Mas nos dois casos, dá para jogar futebol de mais qualidade, mesmo sem mudar ninguém.

    Nos últimos dez anos, o Palmeiras foi treinado por Tite, Vanderlei Luxemburgo, Muricy, Felipão e Marcelo Oliveira. Todos ganharam títulos em outros lugares. Então, um dos problemas tem de ser localizado dentro do próprio Palmeiras.

    FLA-FLU
    O técnico Muricy Ramalho não conseguiu acertar o Flamengo. A equipe até teve chance de marcar no segundo tempo, mas é inofensiva no ataque. Marcelo Cirino continua em dívida com o clube desde que chegou, em janeiro do ano passado.

    FENÔMENO
    Falamos sobre a falta de importância dos estaduais. A torcida do Corinthians nem liga. A média de público da equipe é de 30 mil em Itaquera e foram 31 mil para ver o time reserva enfrentar o Linense no sábado (19) à tarde. Mais do que no Fla-Flu.

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    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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