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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Contra-ataque

    09/05/2016 02h00

    Dorival Júnior insistiu e teve o Santos com 20% de acréscimo no tempo de posse de bola, nas trocas de passes, nos fundamentos do futebol moderno. Mas perdeu de longe nestes critérios estatísticos para o Audax, na decisão do Paulista. Venceu em outro: o contra-ataque.

    "O ponto positivo é aumentar a troca de passes sem perder a velocidade", disse Dorival Júnior antes de entrar nas semifinais do Estadual. Pressionado pelo Audax, sofrendo bola na trave de Tchê Tchê no primeiro tempo, o Santos arrancou do campo de defesa com Vitor Bueno e a bola chegou para Ricardo Oliveira.

    Dois dribles e um chute preciso. O contra-ataque deu o bicampeonato paulista para o Santos.

    Apesar do crescimento da posse de bola, o bicampeão estadual tem o maior número de gols de contra-golpe. Dono do ataque mais positivo com 34 bolas nas redes, um terço nasceu em jogadas de retomada e arranque em velocidade: contra-ataque puro.

    O Santos não foi o rei das estatísticas. Quase. Melhor ataque, teve o vice-artilheiro do Paulista —Ricardo Oliveira, com sete gols— e o segundo colocado em assistências —Lucas Lima, com cinco.

    Ultrapassou o São Paulo em número de troféus estaduais e empatou com o Palmeiras (22). Só o Corinthians tem mais títulos em São Paulo (27). Parece sem importância para muita gente, mas não é. Não há nada que conquiste mais torcedores do que taças.

    O sucesso nos contra-golpes é importante, mas também a percepção de que é possível chegar à mescla perfeita. Cadência e velocidade em momentos diferentes. Jogar com apreço à qualidade do jogo é um serviço à recuperação do Brasil do futebol.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Campinhos do PVC - Edição do dia 09/05/2016 - Final do Campeonato Paulista 2016 - Santos X Audax
    Campinhos do PVC

    Há conquistas mais importantes do que os Estaduais. Hierarquicamente, é melhor ganhar a Libertadores, o Brasileirão ou a Copa do Brasil. Mas chegar à semifinal da Libertadores e ser eliminado agrega muito menos do que passar uma segunda-feira gritando "é campeão!" Não tem preço isto na vida de um jovem torcedor.

    Ninguém comemora vice-campeonato, por mais difícil e relevante que seja o troféu.

    Mais relevante ainda perceber por que se chegou pela oitava vez entre os dois primeiros do Estadual, marca que só a era Pelé proporcionou no passado. Quando se analisa a receita para conquistar sete vezes em 11 disputas. O caminho do sucesso santista sempre foi revelar bons jogadores.

    Do time vencedor ontem à tarde, Gustavo Henrique, Zeca, Thiago Maia e Gabriel nasceram na Vila Belmiro. Vitor Bueno chegou com idade júnior. Em todas as conquistas desde 1955, só em 1984, 2006 e 2007 as taças vieram desacompanhadas de um bom investimento na descoberta de novos talentos.

    Soberano no Campeonato Paulista, é hora de o Santos investir no retorno aos troféus nacionais e internacionais. Nos últimos dez anos, houve uma Libertadores, mas falta o troféu do Brasileirão desde 2004 e será muito difícil conquistá-lo sem Ricardo Oliveira e Lucas Lima por nove rodadas, sem Gabriel por 18 jogos, por servirem à seleção.

    Ser campeão brasileiro como Robinho conseguiu e Neymar não é o que pode alavancar ainda mais o número de torcedores não apenas no Estado, mas em todo o país.

    INVICTO

    O Vasco foi campeão invicto pela sexta vez do Estadual do Rio, uma conquista a mais do que possui o Flamengo. É um recorde. E agora faltam seis partidas para o clube conseguir cravar a maior série sem derrotas da história cruzmaltina em todos os tempos.

    25 ANOS

    O América conquistou seu 16º título do Campeonato Mineiro e escancarou defeitos que o Atlético-MG tem para a disputa das quartas de final da Libertadores contra o São Paulo, já a partir de quarta-feira (11), no Morumbi. Falta a bola parar no chão. O São Paulo pode vencer.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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