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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Renascimento

    16/05/2016 02h00

    A vitória dos reservas do São Paulo sobre o Botafogo ontem foi a primeira fora de casa sob o comando de Edgardo Bauza. Antes, oito empates e cinco derrotas como visitante serviam como um ponto de desconfiança, antes da viagem para Belo Horizonte para as quartas de final da Libertadores.

    O São Paulo está melhor. Não porque venceu o vice-campeão carioca com os reservas. A medida é o crescimento nas apresentações contra Trujillanos, River Plate e Toluca. A pior das atuações no Morumbi pela Libertadores foi contra o Atlético.

    Contra o Trujillanos, sem aparente base para análise pela fragilidade do rival, o São Paulo deu o primeiro sinal de melhora tática, com triangulações pelos dois lados do campo. Um trio com Mena, Michel Bastos e o apoio de Ganso pela esquerda, outro com Bruno, Kelvin e a chegada de Hudson ou Calleri na direita.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O time não está pronto, tem problemas na cobertura dos laterais, sofreu oito dos nove gols da Libertadores em cruzamentos e pode até ser eliminado na próxima quarta-feira, no estádio Independência. Mas está diferente.

    O diagnóstico da mudança foi passado pela primeira vez por uma pessoa que frequenta o vestiário dois dias antes da goleada sobre o Toluca. "Mudou!" A frase referia-se ao ambiente transformado nos quarenta dias que se seguiram à derrota para o Strongest.

    Naquele dia, no Pacaembu, Michel Bastos fazia parte de um grupo em greve de silêncio como protesto contra os direitos de imagem em atraso. Lugano, Calleri e Alan Kardec discordaram dele e deram declarações.

    A crise se ampliou com a derrota para o São Bernardo, em março. Três dias depois, o diretor executivo, Gustavo Oliveira, improvisou uma entrevista coletiva e falou sobre a falta de vontade do elenco. Não era isso.
    "Internamente estamos cuidando de tudo o que está faltando", disse ele, na época.

    Nos dias seguintes, uma sequência de reuniões serviu para deixar claro aos jogadores que se alguma coisa tivesse de mudar seria o elenco. Mudar o técnico era considerada uma estratégia fracassada, pelas trocas de Muricy por Osorio, Osorio por Doriva e Doriva por Milton Cruz no ano passado.

    A percepção era de que Edgardo Bauza estava sendo testado pelo time e quinze reuniões individuais foram feitas para comprometer os jogadores. Não houve só cobrança, mas compromissos assumidos. A direção prometeu que não haveria mais atrasos salariais depois da assinatura do novo contrato de TV.

    Também deu atenção especial a Dênis e Michel Bastos. O primeiro pela dificuldade de ser o substituto de Rogério Ceni. O segundo pela relação tumultuada com a torcida. Nem Inter nem Palmeiras nem Santos. O São Paulo fez questão de dizer a Michel Bastos que desejava sua sequência no Morumbi.

    É impossível dizer se esta história levará às semifinais. É certo que se nada disto tivesse acontecido a chance de já estar fora da Libertadores seria muito maior.

    O Atlético tem dificuldade para fazer a bola passar pelo meio-campo. A entrada de Cazares pode atenuar o problema.

    Se isto acontecer, pode ser mais difícil para o São Paulo. Os titulares não venceram nenhuma vez como visitantes neste ano. Só os reservas salvaram. Mas não se esqueça que o empate levará às semifinais.

    MAIS RÁPIDO

    O técnico Cuca tinha confiança de que a semana em Atibaia melhoraria o time do Palmeiras taticamente. Deixaria o grupo mais rápido e mais forte. Foi exatamente o que se viu na vitória por 4 a 0 sobre o Atlético-PR no sábado (14), na estreia da equipe neste Campeonato Brasileiro.

    MAIS FORTE

    Marcado por pressão, o Corinthians de Tite sofreu no primeiro tempo, mas melhorou muito no segundo tempo no 0 a 0 contra o Grêmio, neste domingo (15), pelo Brasileiro. Mesmo com Fágner marcado por Giuliano. Marquinhos Gabriel vai ajudar muito a equipe.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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