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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Seleção feminina joga no coletivo; time masculino gira em torno de Neymar

    08/08/2016 02h00

    Marta foi eleita a melhor jogadora de futebol do mundo todos os anos entre 2006 e 2010. Depois, ficou sempre entre as três melhores até não ser lembrada para o pódio no ano passado. A seleção não tem mais a maior craque do planeta, mas jamais teve um time tão estruturado coletivamente.

    Neymar chegou à elite dos três principais jogadores da Fifa no ano passado. No Brasil, tudo gira em torno de Neymar, e a pergunta sobre quanto tempo vai demorar para ser o número um se repete. A seleção olímpica tem um craque e não tem jogo coletivo.

    O grande contraponto entre o futebol dos meninos e o das meninas é esse. Não se trata de dizer que os garotos usam salto alto, enquanto as garotas vestem sandálias da humildade.

    Desde janeiro de 2015, Vadão dirigiu a seleção feminina em 32 jogos. Rogério Micale comandou sua nona partida ontem à noite, contra o Iraque. Só três com Neymar, Renato Augusto, William e Marquinhos, só duas com o goleiro Wéverton.

    O Brasil das mulheres deu espetáculo no sábado à noite no Engenhão. Troca de passes em velocidade, talento de Cristiane, recordista de gols em Olimpíadas, liderança de Marta, talento de Beatriz e Andressa Lopes.

    Jogou num 4-4-2 estruturadíssimo. Duas linhas próximas na hora de defender, rapidez na saída da defesa para o ataque, consciência tática de uma equipe que já sofreu frustrações, como o nono lugar na Copa do Mundo de 2015, a pior participação brasileira na história.

    Editoria de Arte/Folhapress
    CAMPINHO PVC
    CAMPINHO PVC

    Era o preço da renovação.

    A seleção de Micale tem dificuldade para colar o meio-campo com os atacantes e espaço demais para os rivais jogarem nas costas dos laterais. A crítica recai sobre os jogadores e seus salários extraordinários, contrastantes com o orçamento da África do Sul, do Iraque e das meninas brasileiras.

    Só que salário não tem nada a ver com isso... Vontade também não tem... O pecado do futebol brasileiro olímpico é o mesmo da seleção principal há seis anos. Não há trabalho planejado, sequência de treinadores e de equipes.

    Dá trabalho descobrir garotas como Beatriz ou Andressinha. Entre os homens, os talentos ainda brotam a ponto de se mudar 13 jogadores em média de uma competição oficial para outra.

    Também falta baixar a bola de todos nós. O Iraque deste domingo tinha nove jogadores semifinalistas do Mundial sub-20 de 2013, eliminados apenas nos pênaltis pelo Uruguai. Quase foram à decisão.

    Portugal teve sofrimento para confirmar sua lista, mas jogou suas duas primeiras partidas com seis vice-campeões europeus sub-21 do ano passado –enfiaram 5 a 0 na Alemanha naquele torneio. Até agora, tiveram a melhor apresentação coletiva dos Jogos Olímpicos. Jogam juntos há dois anos, com o mesmo treinador, o ex-lateral Rui Jorge.

    O contraste de confiança entre meninas e meninos não é só no futebol. O vôlei feminino bicampeão olímpico fez 3 a 0 em Camarões, o masculino perdeu um set improvável para o México. Vitória no handebol contra a Noruega. No basquete é que a tragédia duplicou. Dezoito pontos atrás das garotas da Austrália e derrota para os lituanos do time de Magnano.

    MUDANÇA

    O São Paulo jogou 24 partidas fora de casa sob o comando de Edgardo Bauza, e venceu apenas duas. Com André Jardine, jogou uma vez e venceu. A postura do time, marcando na frente no 4-1-4-1, explica um pedaço do sucesso são-paulino no Recife.

    É CAMPEÃO!?

    Cleiton Xavier e Barrios não são exatamente os jogadores preferidos de Cuca. Mas foram decisivos contra o Vitória. Dudu, melhor em campo, deu sua sétima assistência. O Corinthians tem de vencer o Cruzeiro por três gols para tirar do Palmeiras o título do turno do Brasileiro.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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