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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Neymar precisa de liberdade na seleção brasileira

    15/08/2016 02h00

    O problema não é se Neymar cabe melhor no centro ou na esquerda; ele precisa de liberdade

    Neymar voltará ao Maracanã na quarta (17) na mesma posição em que brilhou contra a Espanha, na decisão da Copa das Confederações. Em junho de 2013, já vestia a camisa 10 e jogava pela faixa central, com Oscar e Hulk pelas pontas. Foi exatamente essa mudança definida por Rogéio Micale, depois dos empates contra África do Sul e Iraque, que ajudou a encorpar o Brasil contra Dinamarca e Colômbia.

    O problema não é se Neymar cabe melhor na faixa central ou na ponta esquerda. Ele só precisa de liberdade. O time é que tem de funcionar e melhorou com Walace e Renato Augusto como volantes. O meio ficou mais sólido.

    Gabriel Jesus pela esquerda ajuda a marcar e Neymar não tem de se preocupar com o lateral.

    Foi por isso que Micale decidiu alterar o sistema tático, depois de conversas com Tite e com o analista de desempenho, Odair Hellmann, que sugeriu incluir Walace na mesma função do Grêmio. Ou seja, com um volante passador ao seu lado.

    A nova formação tem Walace e Renato Augusto em linha à frente da defesa, Luan como atacante de rotatividade, Gabriel, Neymar e Gabriel Jesus logo atrás. A equipe aproximou-se, e o futebol melhorou.

    Nem tudo está perfeito e é óbvio que seja assim depois de uma preparação atabalhoada, que começou com Gallo, passou pela fase de Micale provisório e terminou com ele no comando depois da demissão de Dunga.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Campinho PVC - Coluna Campo PVC - 15/08/2016
    Campinho PVC - Coluna Campo PVC - 15/08/2016

    Ainda há espaço demais nas costas dos dois laterais, especialmente de Zeca, pela direita. Vale a lembrança de que, na fase preparatória, o lateral santista jogava na esquerda e o titular Fabinho não foi liberado pelo Monaco. Daquele lado, a Colômbia criou oportunidades.

    Honduras vai tentar usar seus contra-ataques. A dupla Lozano e Ellis é rápida, comandada pelo mesmo técnico Jorge Luis Pinto que levou a Costa Rica às quartas da Copa e que só não foi mais longe porque perdeu nos pênaltis da Holanda.

    Contraponto aos espaços nas laterais é a velocidade da dupla de zaga. Marquinhos jogou em Itaquera com a segurança de quem conhecia cada atalho. Rodrigo Caio foi quem mais cortou chances de ataque da Colômbia.

    Pecado na vitória sobre a Colômbia o nervosismo continuado de Neymar. Ele foi o melhor em campo, mas poderia ter deixado o Brasil com dez homens ainda no primeiro tempo.

    Não é justificativa ter sido quem mais apanhou no jogo. Neymar pode se inspirar na histórica charge de Henfil na Copa de 1970, em que um uruguaio, depois de sofrer o terceiro drible, desafiava Jairzinho: "Largue esta bola e lute como um homem!". A grande arma de Neymar é a bola.

    ERRAMOS

    Evidentemente que a Espanha foi campeã olímpica em 1992 e que este colunista sabe disso, mas vacilou ao distrair-se e escrever que três campeões mundiais não têm o ouro olímpico. Muita gente tratou de corrigir também a Alemanha. Os germânicos podem fazer a final contra o Brasil e, sim, em busca de uma medalha inédita. Porque a Alemanha Oriental, campeã em 1976, não é herdeira do título mundial. A Alemanha Oriental é campeã olímpica. A Alemanha, não. É possível que a decisão do ouro tenha dois vencedores de Copa em busca da medalha de ouro inédita.

    NOVO DUDU

    Depois da conversa com Cuca, Dudu melhorou. Já tem oito passes para gols e é o líder nesse critério no Brasileirão. Também participa sem a bola. Mas Cuca continua deixando-o fora da marcação dos laterais. Acompanha pouco na marcação.

    MAIS DERROTAS

    O Corinthians sofreu sua sexta derrota no Brasileirão, neste domingo (14), contra o Grêmio. É mais do que o time perdeu em toda a campanha do título de 2015. A diferença é que este time marca menos do que marcava no ano passado. Especialmente a saída de bola adversária.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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