• Colunistas

    Tuesday, 07-May-2024 19:09:38 -03
    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    É fundamental juntar jogadores do 7x1 com outros da Olimpíada

    19/08/2016 02h00

    Tite ganhou uma semana para divulgar os convocados para as eliminatórias, e há indício de que a seleção olímpica estará representada contra Equador e Colômbia. Já tem gente querendo a equipe inteira. Menos... É mais um capítulo da nossa bipolaridade quando o assunto é seleção.

    Se havia críticas depois dos empates contra Iraque e África do Sul e até gritos de Marta, como agora podem querer todos os meninos? E se perder para a Alemanha? Muda tudo de novo?

    Tite conversou com técnicos brasileiros e estrangeiros e com Rogério Micale nas últimas semanas. Assistiu a dez partidas da seleção equatoriana, outros da colombiana. Em síntese, trabalhou. Sua ideia é ter os melhores sempre e fazê-los confiar em um trabalho vencedor.

    Isso inclui recuperar jogadores importantes, como Thiago Silva. Na primeira lista, o zagueiro do Paris Saint-Germain não estará presente, por lesão. Mas é certo que voltará.

    Juntar jogadores que carregam as cicatrizes dos 7 x 1 com outros da campanha olímpica é fundamental para formar uma nova seleção brasileira, mais forte, moderna e ofensiva.

    O legado deixado por Micale, independentemente de vencer ou perder para os alemães no Maracanã, é o ataque. Não é preciso incluir Rodrigo Caio, Zeca, Wéverton e Walace na equipe das eliminatórias. Com os quatro atacantes, é diferente.

    Gabriel, Gabriel Jesus, Luan e Neymar combinaram talento e entrosamento depois de tirarem o peso das costas com o primeiro gol sobre a Dinamarca. O quarteto carrega mais talento que Jonas e mais carisma que Firmino. Não que precisem todos iniciar a partida contra o Equador, pelas eliminatórias. Ainda tem Willlian, do Chelsea, que precisa jogar.

    Ganhar da Alemanha e inserir os meninos de ouro —se houver— na seleção brasileira pode ser uma maneira de reparar o hiato de uma geração que fez Neymar se tornar a estrela solitária. Quando chegou ao time principal, não havia Kaká, Robinho nem Ronaldinho para compartilhar o protagonismo. Agora que Gabriel Jesus, Luan e Gabriel chegam à equipe de cima, o estrelato se dilui. Eles podem ser coadjuvantes até chegar o dia de serem decisivos.

    Jogar contra a Alemanha no Maracanã é também uma maneira de recolocar as coisas nos seus lugares. Os 7 x 1 foram um episódio trágico causado por decisão equivocada do técnico e pela ausência de trabalho psicológico que pôs em todos o medo de serem vilões, como Barbosa. Fatores agravados pelas perdas do craque do time e do capitão, antes da semifinal.

    O placar dilatado não representa a distância entre o futebol que se pratica no Brasil e na Alemanha. Os alemães eram melhores e venceriam a semifinal. Em condições normais, por 2 x 0, 3 x 1...

    Ganhar o ouro contra a Alemanha não é uma revanche. É uma oportunidade. Chance de lembrar que os clássicos entre os dois países sempre foram marcados pelo equilíbrio, exceto por uma vitória brasileira por 4 x 0 em 1999, outra por 4 x 1 em 1981 e pelo pesadelo de 8 de julho de 2014.

    Fora isso, são 12 vitórias brasileiras, cinco empates e cinco triunfos alemães. Brasil x Alemanha sempre dá jogo. Os artilheiros de Micale vão nos lembrar disso neste sábado (20). Na segunda, serão os atacantes de Tite.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024