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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    A proximidade do título torna mais importante vencer a qualquer custo

    24/10/2016 02h00

    Rodriguinho foi o vigia de William Arão durante todo o jogo de reabertura do Maracanã. A linha de quatro armadores do Corinthians pressionava o meio-de-campo do Flamengo, com Williams sofrendo para marcar Diego. Isso não impediu o rubro-negro de ter mais posse de bola, mas o índice de erros subiu. De 25 passes mal dados pelo Fla, 13 saíram de Arão e Diego.

    Arão também não acompanhou Rodriguinho na jogada do segundo gol do Corinthians, iniciada e concluída pelo meia. O Maracanã ficou de ressaca.

    Mesmo assim, não é justo dizer nem que Diego, nem Arão, jogaram mal. Chamaram as jogadas em seus pés, mesmo cometendo mais equívocos do que é hábito. Paolo Guerrero apagou parte das falhas. Artilheiro do Flamengo neste ano com 16 gols, Guerrero não marca quando o jogo está resolvido. Normalmente seus gols valem pontos, como os de ontem.

    A distância do Palmeiras para o Flamengo subiu, mas poderia ter diminuído, porque o Sport ameaçou mais do que o dono da casa até os trinta minutos.

    O líder desgasta-se muito para recuperar a bola no campo de ataque e muitas vezes a devolve para o adversário.

    Foram 52 passes errados (23%), três vezes mais do que a quantidade de desarmes. Explica-se pela ansiedade de um clube há 22 anos sem o troféu do Brasileirão. Também pelo gramado ruim e pela característica do trabalho de Cuca.

    O Palmeiras é intenso e tenta decidir rápido suas jogadas. Daí cometer mais erros.

    O contraponto é que, outra vez, as jogadas dos treinos apareceram no Allianz Parque. O contra-ataque puxado por Moisés em seu 12º passe certo deixou Dudu frente a frente com o goleiro Magrão, para fazer 1 x 0. Depois, o arremesso lateral ensaiado. Dos 56 gols do melhor ataque Brasileirão, 24 (42%) nasceram de faltas, escanteios ou laterais.

    Moisés participou dos dois gols e Tchê Tchê marcou o que valeu a vitória por 2 x 1. Só que juntos, os símbolos da volúpia palmeirense erraram 12 passes. Moisés também perdeu o terceiro gol aos 48 da segunda etapa da partida.

    O perde e ganha do meio-de-campo de Cuca empurra o time para a vitória, mas é também o motivo dos riscos excessivos. Jaílson fez pelo menos quatro grandes defesas.

    O Flamengo saiu do Maracanã aplaudido, porque foi ótimo no segundo tempo, buscou a vitória até o fim, mas esbarrou na excelente atuação de Wálter.

    O Palmeiras teve dois goleiros. Um no Allianz Parque, outro no Maracanã.

    Com eles, o Palmeiras aproxima-se do título. Hoje tem seis pontos de vantagem, quando faltam seis rodadas para terminar a campanha. A distância hoje é maior do que em qualquer momento da campanha de 2009, quando o Palmeiras abriu doze para o Flamengo, mas nunca mais do que cinco pontos para o segundo colocado. É indiscutível a força do Palmeiras na busca pelo título, em sua maior seqüência invicta nos pontos corridos.

    O Palmeiras já foi mais seguro durante sua trajetória de 24 rodadas na liderança do Campeonato Brasileiro. Era menos ansioso em campo quando vencia.

    Nesta altura do Brasileirão, depois de dar espetáculo no primeiro turno, a proximidade do título torna mais importante vencer a qualquer custo. A qualquer susto.

    Editoria de Arte/Folhapress
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    O PRESENTE

    Emilio Odebrecht escancara o que todo mundo sabe e que Andrés Sanchez já havia falado. Mas chamar de presente um estádio que o Corinthians precisa pagar, só se o clube conseguir anistia. A Lava Jato não permite imaginar que isso irá acontecer.

    NOVOS MENUDOS

    Cada vez mais se vê os campeões da Libertadores sub-20 do São Paulo no time que escapa da ameaça de rebaixamento. David Neres, Pedro, Luiz Araújo e Lucas Fernandes eram o ataque campeão em fevereiro. Três estavam em campo contra a Ponte.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
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