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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    A sua fibra de melhor time do Brasileirão de 2016

    07/11/2016 02h00

    Rubens Cavallari/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL. 06-11-2016. 18h55min59s. Palmeiras e Internacional pela 34ª rodada da serie A do Campeonato Brasileiro 2016 no Allianz Parque. (foto: Rubens Cavallari/Folhapress) *filename:F76U8410.JPG* (TRAX NUMBER: 10066853A) ORG XMIT: F76U8410.JPG
    Jogadores do Palmeiras se reúnem no meio do gramado após vitória contra o Inter

    Cleiton Xavier voltou a ser titular do Palmeiras, ontem, por causa do desfalque de Moisés, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em tese, Cleiton daria mais criatividade do que Moisés. Não deu. Fez o gol da vitória por 1 a 0, mas de seus 19 passes na partida, Cleiton Xavier errou oito. Ninguém desperdiçou mais a bola do que ele.

    O desempenho de Cleiton Xavier em comparação com Moisés explica em parte por que o Palmeiras merece mais ser chamado de forte do que de bonito.

    Moisés é o símbolo da intensidade, da equipe que mais vezes rouba a bola no campo de ataque e ao mesmo tempo devolve para o adversário jogar –ontem os erros foram 23%.

    O melhor momento do Palmeiras depois do 24º gol de bola parada –42% do total– foi num passe de Tchê Tchê para Gabriel Jesus chutar na trave. Mérito de Danilo Fernandes, que desviou a bola bem chutada pelo atacante disposto a quebrar seu jejum de sete partidas sem marcar pelo Palmeiras.

    Com Cleiton Xavier, o Palmeiras variava de seu tradicional 4-3-3 para o 4-2-3-1. Tchê Tchê como meia fazia a equipe ter três armadores. Quando se aproximava de Thiago Santos, o sistema passava a ter dois volantes e um meia (veja a ilustração). Não é esse o ponto de criatividade.

    O Palmeiras anda tenso. Os palmeirenses, também. A confiança rubro-negra que falou em cheirinho de hepta durante todo o segundo turno, mesmo sem ter liderado em nenhuma rodada, é inversamente proporcional à desconfiança palmeirense.

    É da alma de cada clube. Mesmo que o Flamengo tenha passado 17 anos sem vencer o campeonato e há sete não ganhe de novo, o Palmeiras viveu períodos longos de estiagem entre 1976 e 1993 e com poucas taças desde 1999. Do massagista ao presidente, os palmeirenses observam para entender se algo ainda pode dar errado.

    Ganhar do Internacional indica que nada sairá dos trilhos. Mas, de novo, foi um triunfo sofrido.

    Não pense que não houve no passado campeões brilhantes de finais sofridos.

    Em 1972, o Palmeiras de Ademir da Guia venceu América e Coritiba, só duas vezes nos últimos seis jogos. Perdeu do São Paulo, empatou com ABC, Internacional e a decisão contra o Botafogo.

    Perto das finais de 1994, o Palmeiras perdeu para o Paysandu. A alegria do título é tão grande que a história apaga a tristeza.

    Por isso, o Palmeiras festejou o 1 a 0 com reza dos jogadores no centro do gramado, como se fosse a partida do título.

    "Era muito importante pelo resultado e pelo psicológico. Se perdêssemos, a diferença cairia para três pontos e o Santos com mais vitórias. Isso nos obrigava a vencer", disse o técnico Cuca.

    Joelmir Beting deixou como herança uma frase no vestiário do Parque Antarctica. "Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense, é simplesmente impossível."

    Só quem sofreu decepções desde 1999 será capaz de entender por que o Brasil inteiro julga que o Palmeiras já é campeão. E, mesmo assim, havia palmeirenses chorando por vencer o Inter por 1 a 0, a quatro rodadas do fim.

    O melhor time do Brasileirão 2016 não será campeão com show, mas ostentando a sua fibra.

    VICE-LÍDER

    As mudanças de Dorival Júnior foram fundamentais para o Santos virar o jogo contra a Ponte Preta e assumir a vice-liderança do Brasileiro. Léo Citadini resolveu o jogo com participação nos dois gols. Mas Ricardo Oliveira é sempre o jogador decisivo. Foi dele o gol de empate.

    NA BRIGA

    O São Paulo descobriu a geração dos meninos David Neres e Luiz Araújo. A goleada sobre o Corinthians seria uma tragédia dentro do Parque São Jorge, não fossem as derrotas de Fluminense e Atlético-PR. O Corinthians continua podendo chegar à Libertadores do próximo anos.

    Editoria de arte/folhapress
    Campinho do PVC - 7.nov.2016

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
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