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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Linha de cinco defensores é nova tendência no futebol; e isso não é bom

    05/12/2016 02h00

    Paul Ellis/AFP
    Chelsea's Brazilian midfielder Willian (R) and Chelsea's Brazilian defender David Luiz hold up their black armbands as they celebrate Willian scoring his team's second goal during the English Premier League football match between Manchester City and Chelsea at the Etihad Stadium in Manchester, north west England, on December 3, 2016. / AFP PHOTO / Paul ELLIS / RESTRICTED TO EDITORIAL USE. No use with unauthorized audio, video, data, fixture lists, club/league logos or 'live' services. Online in-match use limited to 75 images, no video emulation. No use in betting, games or single club/league/player publications. /
    David Luiz e Willian comemoram o gol do meia na vitória do Chelsea sobre o Manchester City

    Guardiola tentou equilibrar o jogo contra o líder do Campeonato Inglês, o Chelsea, usando o mesmo desenho tático do rival. Não conseguiu. O Chelsea tem jogado num 3-4-3 que se transforma em 5-4-1 toda vez que perde a bola. Os dois alas, Moses e Marcos Alonso, recuam para a linha dos beques, os pontas, Pedro e Hazard, compõem o meio com os volantes Kanté e Matic -Fabregas jogou em Manchester, no sábado.

    Em vez de duas linhas de quatro com um volante entre elas, como a seleção de Tite, ficam duas linhas, uma delas com cinco homens. Sem a bola, dois muros defensivos.

    O sistema não é exatamente novo e a Juventus tricampeã italiana fazia o mesmo, com Antonio Conte. A novidade é Guardiola julgar que deveria fazer o mesmo para equiparar sua equipe à líder do torneio.

    O Manchester City escalou Stones, Otamendi e Kolarov como zagueiros. Navas e Sané, os alas, fechavam a linha de cinco como laterais e os pontas, David Silva e De Bruyne, completavam os quatro do meio de campo.

    No Barcelona, como jogador de Johan Cruyff entre 1988 e 1996, e depois como treinador de Lionel Messi, Guardiola usou o 3-4-3. Só que com um losango no meio de campo e sem pretender dois muros de proteção como na variação para 5-4-1 de sábado. Talvez por isso, o pecado do City contra o Chelsea foi não se compactar na defesa, como o rival fez.

    A opção de Guardiola era ter o controle e jogar com três atacantes na maior parte do tempo. A estatística de posse de bola indicou 61% para o Manchester City e a maior parte dela no campo ofensivo. Significou dificuldade para os três avantes superarem os cinco zagueiros do Chelsea e oferta de contra-ataque para Diego Costa, Willian e Hazard resolverem.

    Tem mais gente jogando assim. Na tarde de sábado, Borussia Dortmund e Borussia Mönchengladbach apresentaram-se exatamente com o mesmo desenho tático. O Gladbach comportou-se como o Chelsea. O Dortmund teve como antídoto a movimentação dos pontas, que se tornavam meias. O francês Dembélé estraçalhou o jogo e Marco Reus deu dois passes para gols. Neste caso, o ataque venceu a defesa.

    Editoria de arte/Folhapress
    Campinho PVC 0512
    As variações do Chelsea

    Em vez de Vanderlei Luxemburgo, para quem não há nada novo no futebol mundial, é melhor a velha opinião de Telê Santana, para quem os jogos aparentemente inexpressivos sempre permitiam boas descobertas.
    Nem todas são positivas.

    Não é bom perceber que a tendência da temporada é ter times que jogam com três atacantes, mas transformam seus sistemas para bloquear todos os rivais com linhas de cinco defensores e quatro meio-campistas. Mais legal era seis anos atrás, quando se descobria em cada partida do Barcelona de Guardiola uma maneira diferente de usar seu maior craque.

    Ora como ponta de lança, atrás de Ibrahimovic. Outra pela ponta direita, com Samuel Eto'o centroavante. Mais tarde, como falso nove, expressão que virou moda, abrindo espaços entre as linhas de defesa e meio de campo.

    Nem tudo o que é novo é bom, mas muitas vezes leva às conquistas.

    No caso da linha de cinco, nem novo é. Se virar tendência, será preciso descobrir rapidamente o seu antídoto.

    A DIFERENÇA

    Eduardo Baptista está mais para Tite do que para Cuca. Joga num 4-1-4-1, preza a posse de bola e a troca de passes. Com Cuca, o Palmeiras era mais direto. Outra mudança é o sistema de marcação. Com Cuca, individual no setor. Com Eduardo, será marcação por zona.

    CAIO JÚNIOR

    Jornalista não tem amigo. Tem fonte. Mas Caio foi um amigo, de ir à casa um do outro. Estava no melhor momento de sua carreira e o próprio dizia ter aprendido muito com seus estudos e experiências. Sua Chapecoense jogava como a seleção. Era moderna e ousada.

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    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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