• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 16:58:24 -03
    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Corinthians precisa da Libertadores para fechar contas do próximo ano

    11/12/2016 02h00

    Sem contar o estádio de Itaquera, a dívida do Corinthians gira hoje em torno de R$ 400 milhões. Quando caiu para a Série B em 2007, o débito era um quarto disso. Só que a receita também era. Para um clube com capacidade de arrecadar R$ 490 milhões por ano, a situação econômica atual não seria desesperadora não fosse a obrigação de pagar mais de R$ 1,2 bilhão pela Arena Corinthians, R$ 18 milhões mensais a partir de 2018.

    Só existe uma maneira de honrar o compromisso. É preciso colocar em ação o espaço para 25 lojas que vendam produtos e produzam receita em todos os jogos e também vender os naming rights, perspectiva cada dia menos provável diante dos vazamentos de água em Itaquera e de notícias na Lava Jato.

    Há meses, a direção corintiana diz que a assinatura da venda dos direitos do nome da arena está próxima. "Naming rights semana que vem" lembra as velhas quitandas onde era possível ler a frase "fiado só amanhã". Você podia voltar no dia seguinte à venda do seu João e a placa continuaria lá, com os mesmos dizeres.

    É justo separar as coisas. Se acontecer o improvável e o estádio de Itaquera se mostrar viável, a situação econômica do Corinthians deixará de ser desesperadora.

    Hoje, ela é bem difícil.

    A dívida de R$ 400 milhões tem R$ 102 milhões de curto prazo, pagamento em até 12 meses. Não será fácil reforçar o time para a Libertadores. Mais cruel ainda será se o Corinthians não conseguir a combinação de resultados que levará ao torneio continental do ano que vem.

    Ernesto Rodrigues/Folhapress
    São Paulo - SP - Brsail - 26/06/2015 : ESTADIO CORINTHIANS : Aereas do novo estadio do corinthians, Arena Corinthians, Itaquerão. ( Foto Ernesto Rodrigues/Folhapress.ESPORTE). cod.0628.***FOTO REALIZADA EM 11/12/2014***
    Foto aérea da Arena Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo

    É preciso vencer o Cruzeiro no Mineirão e torcer por tropeços do Botafogo contra os reservas do Grêmio, em Porto Alegre, e do Atlético-PR contra o Flamengo. O rubro-negro carioca nunca venceu o paranaense na Arena da Baixada e, em Curitiba, não ganha desde 1974 - são cinco empates e 15 derrotas.

    O Mineirão é terreno mais gentil com o Corinthians. Em sua última visita ao Cruzeiro, em Belo Horizonte, em 2014, o Corinthians ganhou por 1 x 0, com gol de Luciano. Mano Menezes, hoje cruzeirense, era corintiano naquele dia.

    Bastante coisa mudou.

    Querido pela torcida corintiana em suas duas passagens pelo Parque São Jorge, Mano Menezes teve seu nome descartado pelo presidente Roberto de Andrade, imediatamente depois da saída de Tite. Um dos argumentos era escolher alguém com boas relações dentro do elenco. Neste caso, Roberto não citou o nome de Mano. Nem precisava.

    Só que Cristóvão e Oswaldo de Oliveira não deram ao Corinthians a tranquilidade necessária para disputar a última rodada dependendo só de si para ir à Libertadores.

    Há três anos, os dirigentes repetem a falácia de que o pagamento do estádio não tira dinheiro do time de futebol. Dizem que a bilheteria dos jogos vai para um fundo próprio para o financiamento da arena. Ora, então não entra na montagem do elenco... Atrapalha.

    O agravante é que o estádio mais visitado no Brasil nos últimos três anos viu seu público médio despencar no segundo semestre.

    O Corinthians terminará 2016 como recordista de público no país -30.336 por partida- mas desde agosto a média caiu para 23.664. Se não jogar a Copa Libertadores, há chance de cair ainda mais.

    Ganhar do Cruzeiro hoje, no Mineirão, é indispensável.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024