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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Rogério Ceni interferiu com mudanças táticas no São Paulo contra a Ponte

    13/02/2017 02h00

    Rogério Ceni ajudou a transformar o São Paulo depois de levar 1 x 0, gol de Matheus Jesus, numa jogada de contra-ataque, em que havia três atacantes da Ponte Preta contra dois zagueiros são-paulinos. Não se leva contra-ataque assim. A maioria dos homens tem de ser da defesa.

    No segundo tempo, o risco da supremacia ponte-pretana contra o resíduo de defensores são-paulinos não existia mais. A mudança tática de Rogério Ceni puxou João Schmidt para a função de líbero. Não haveria mais chance de contra-golpe. Não em condição igual à do primeiro gol.

    A segunda vitória da carreira de Rogério Ceni, ontem, depois de ganhar do Moto Club, permite outras reflexões. Além de o treinador ter interferido na partida mudando o sistema tático, a Ponte Preta escalou o centroavante pretendido pelo Corinthians como meia, pela direita.

    Ronny Santos/Folhapress
    O atacante Gilberto, do São Paulo, comemora seu gol na vitória sobre a Ponte Preta, por 5 a 2, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista
    O atacante Gilberto, do São Paulo, comemora seu gol na vitória sobre a Ponte Preta, por 5 a 2

    William Pottker jogou do lado direito do campo, Lucca pelo centro. Foi bem.

    Pottker é, na verdade, mais atacante do que centroavante. O Corinthians sabia disso, mas muita gente imaginou-o como o centroavante titular, no lugar de Jô, que perdeu pênalti sábado à noite.

    O São Paulo não foi bem no início. Muita troca de passes, pouca infiltração na área da Ponte. Rogério Ceni interferiu na partida com mudanças táticas. Teve também relação com a qualidade dos jogadores.

    Cueva participou dos dois primeiros gols. Começou pelo lado direito e, no decorrer da partida, trocou de posição com Luiz Araújo. Do lado esquerdo, ofereceu o passe para Gilberto marcar o segundo gol da goleada.

    Tranquilizou muito o ambiente o fato de voltar ao segundo tempo com triunfo parcial por 2 x 1. Mas o que dá paz aos jogadores é olhar para o banco e compreender que o treinador tem condição de interferir na partida.

    É o tipo de situação que dá também liderança ao treinador, que foi líder como jogador.

    Antes da partida, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse que o elenco está completo, mas aberto a oportunidades. Só que todo mundo sabe quais são as deficiências do elenco.

    "No banco, nós temos o Neílton e também o Neílton." A frase é de Rogério Ceni, minutos antes do apito inicial. Então, é preciso descobrir alternativas, estejam fora do Morumbi ou nas divisões de base.

    O próprio Rogério sabe que faltam peças e isto começará a melhorar pela chegada de Lucas Pratto. O argentino muda um pouco o jeito de jogar, em comparação com Gilberto e com Chávez. Pratto faz mais gols, em média 0,4 por partida, mas desaparece do jogo se a bola não chega ao centroavante

    Isto, Rogério pode cobrar de Lucas Pratto. Seu time é móvel, trabalha num 4-3-3, varia para o 3-4-3. Pratto quis vir para o São Paulo, porque o Atlético já não lhe oferecia certeza de que jogaria o número de rodadas suficiente, como titular. Vem sedento para ganhar a posição que ontem foi de Gilberto.

    O que está claro é que Rogério tem duas opções táticas, quando é preciso, recua um homem e faz 3-4-3. Ele sabe que esta mobilidade pode ser maior e que seu time pode ser melhor. Mas não é nada mal estrear no Morumbi diante de 50 mil pessoas, com goleada por 5 x 2 sobre a Ponte Preta.

    O CORINTHIANS

    Nem a torcida deu o ar da graça em Itaquera, com apenas 18 mil torcedores. O Corinthians leva sempre mais gente do que isto. Vai piorar se o futebol for igual ao de sábado, com o mesmo sistema tático de Tite e com qualidade tática ainda inferior.

    DIFÍCIL

    O Red Bull não venceu nenhum de seus três jogos do Paulista, mas dificulta muito. Jogou compacto e aproveitou a tentativa do Santos de sair para jogar com três homens atrás. O primeiro gol do time aproveitou esse posicionamento defensivo santista.

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    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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