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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    O dérbi da segurança

    20/02/2017 02h00

    Uma das frases mais ouvidas quando o Palmeiras se apresentou em janeiro, dita inclusive pelo diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, foi: "Raphael Veiga vai jogar."

    A referência era aos primeiros excelentes bons treinos do meia, autor de um gol na vitória sobre o Linense, ontem, em Araraquara.

    A vitória mais convincente depois do título brasileiro aconteceu em campo neutro e com mais uma lesão. Depois de perder Tchê Tchê, machucado, Eduardo Baptista assistiu a Moisés sair do gramado com lesão no joelho. É grave.

    Sem os dois meias de 2016, os meias Michel Bastos e Raphael Veiga foram decisivos. Mais do que pelos gols, por fazerem a bola rodar pelo meio-de-campo.

    Também foi importante demais a participação de Dudu, líder de passes para gols do Campeonato Paulista. Já são cinco assistências em quatro rodadas do Estadual. Mesmo ritmo do Brasileirão, quando terminou como o recordista nesse critério.

    Muita gente ainda não entendeu o que mudou do Palmeiras de Cuca para o de Eduardo Baptista. Tudo! Cuca faz coisas que ninguém mais faz no futebol mundial. Marcação homem a homem em boa parte dos jogos. Atacante que persegue lateral até o fim da jogada. Eduardo Baptista prefere marcação por zona, como as maiores equipes do mundo e como a seleção de Tite.

    É impossível para Eduardo Baptista repetir experiências que só funcionam pela genialidade de Cuca. Também não é da noite para o dia que o sistema muda e passa a funcionar.

    É um pouco diferente a situação do Corinthians, com quem fará o clássico nesta quarta-feira. No dia 6 de maio, o dérbi completará seu primeiro centenário. Melhor seria festejar num domingo, mas a Federação julga a exposição da televisão é maior na quarta-feira e a diferença de público, insignificante.

    Se ninguém trabalhar para fazer o domingo voltar a ser o dia do futebol e lotar estádios, os clássicos não vão encher arquibancadas nem no fim de semana nem à noite.

    O Palmeiras chega ao clássico mais forte do que o Corinthians. As queixas da torcida sobre Eduardo Baptista, os jogadores se unindo para defendê-lo, tudo parece ter tornado mais rápida a adaptação ao novo sistema.
    Parece...

    Porque não se pode ter uma análise definitiva a partir de uma vitória sobre o Linense, em campo neutro.

    O Corinthians mexeu em coisas importantes contra o Audax. Arana virou titular da lateral esquerda. Foi por causa dele que o clube aceitou vender Uendel. Léo Jabá pode dar mais profundidade pelo lado esquerdo. Mas ainda falta criação no meio-de-campo. Enquanto Jadson não volta, a comparação de Renato Augusto com Rodriguinho é covarde.

    Rodriguinho é, muitas vezes, o melhor do time. Mas seu poder de decisão é infinitamente menor.

    O funcionamento com Carille repete coisas dos melhores dias da passagem de Tite. A saída se dá sempre com os laterais, Fágner e Arana deram o maior número de passes certos em Osasco. Outro homem de passagem da bola é Rodriguinho. O que falta não é padrão de jogo. É criatividade.

    O Corinthians ainda não empolga. O Palmeiras só contra o Linense. O dérbi pode mudar isso e o vencedor ganhará paz para trabalhar nas próximas semanas.

    JOGO DE CENI

    O São Paulo evolui. Contra o Mirassol, mesmo quando vencia por 2 x 0, ainda havia espaço demais entre o meio e o ataque. Quando defende, muitas vezes, as linhas ficam distantes. Mas o time mostra crescimento a cada rodada e os resultados são bons.

    DIFÍCIL

    A Ferroviária não vencia o Santos na Vila Belmiro desde 82. O Mirassol tirou ponto do São Paulo. Red Bull e Audax também fizeram bons jogos. O Paulista não empolga, mas mostra times capazes de incomodar os grandes. Sempre tem um pequeno nas finais.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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