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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    O Corinthians ainda não é um time pronto, mas pode ficar bem forte

    10/04/2017 02h00

    O grande problema do Corinthians ainda é jogar contra times que o obrigam a ter a bola. A dificuldade agrava-se quando o gol não sai no início. Parecia ser o caso, no domingo (9), com a troca de passes servindo para criar apenas duas chances de gol nos primeiros trinta minutos. A segunda delas, Rodriguinho perdeu de maneira bizarra, depois de fazer a bola passar pelo goleiro Neneca.

    Na estatística, não foi nem finalização.

    O alívio apareceu aos 37 minutos. Inversão do lado da jogada sempre é infalível para surpreender defesas fechadas. De Arana para Jadson e, da direita, o cruzamento para Rodriguinho marcar.

    Foi a 11ª vitória do Corinthians na temporada em vinte partidas oficiais. Apenas o quarto triunfo com mais posse de bola do que o adversário.

    A estatística serve para entender a dificuldade corintiana ao enfrentar equipes que se protegem. Assistir ao jogo com atenção ajuda a perceber outra coisa: aos poucos, o Corinthians luta para superar essa dificuldade.

    É mais provável imaginar problema num clássico contra o São Paulo, na hipotética semifinal, do que num jogo contra o Botafogo.

    No primeiro tempo contra a Universidad de Chile, o adversário chileno teve a bola e mesmo assim o Corinthians sofreu, até entender o sistema de marcação e dificultar a troca de passes do rival.

    Há coisas meio malucas no futebol atual. Como mudar as posições de jogadores de maneira quase aleatória. No jogo de ida, o técnico do Botafogo, Moacir Júnior, começou com Bileu na ponta direita e Francis na esquerda. Ontem, Francis atacava o lado de Arana, Bileu ficava como volante e Pituca na esquerda. No início da segunda etapa, Moacir Júnior voltou à formação usada em Ribeirão Preto. O resultado prático das mudanças? Nenhum.

    Folhapress

    Também foi diferente a formação do Corinthians, com Maycon na ponta esquerda, em Ribeirão.

    Em Itaquera, Romero atacou o lateral direito de Samuel Santos e Jadson jogou pela direita. Deu mais certo. Jadson deu o passe para Rodriguinho fazer 1 a 0.

    O Corinthians seguiu com mais posse de bola no segundo tempo, mas atraiu mais o Botafogo. A troca de passes acontecia no campo de defesa. Não que isso tenha significado riscos. Uma falta de Rafael Bastos por cima aos 23 minutos... Só.

    Não precisava recuar. E recuou, porque apostou na criação de espaços para as jogadas necessárias para ampliar o resultado. Garantiu a vitória. A 11ª do ano e a sétima por 1 a 0. Não é pecado ganhar assim, magrinho.

    Principalmente com o argumento de que o Corinthians ganhou do Palmeiras e do Santos pelo placar mínimo e venceu a Universidad de Chile pela Copa Sul-Americana. Nesse caso, por 2 a 0.

    Dos jogos mais difíceis, empatou com o São Paulo.

    Mesmo assim, vale a lembrança dos empates contra Brusque e Luverdense. Símbolo do sofrimento quando precisa inventar espaços, como no primeiro tempo de domingo, antes do gol de Rodriguinho.

    O Corinthians não está pronto. Isso é óbvio.

    Mas também é injusto tratar como um time sem futuro. Se Clayton ganhar a posição de Romero, se Jadson e Maycon se tornarem referências do meio de campo, a equipe mediana de hoje pode ficar bem forte.

    O MELHOR

    A melhor apresentação das quartas de final foi do Palmeiras. No primeiro jogo, sofrendo com a velocidade do Novorizontino. No segundo, com posse de bola, criou espaços e entrou rapidamente na defesa. A melhor formação palmeirense tem Dudu pelo lado esquerdo.

    PACAEMBU

    O Santos jogará no Pacaembu com mais de 30 mil espectadores. E cuidado especial com Vitor Bueno. Sua queda de produção preocupa a comissão técnica. Por outro lado, Lucas Lima reage. Com Gilson Kleina, a Ponte Preta eliminou o Corinthians em 2012.

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    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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