• Colunistas

    Sunday, 05-May-2024 15:06:31 -03
    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    O plano perfeito

    01/05/2017 02h00

    Fábio Carille prometeu na entrevista à margem do campo, instantes antes do apito inicial, que seu time manteria o estilo de jogo. Falou sobre ganhar a segunda bola no tiro de meta... Quantas vezes você ouviu a expressão "tiro de meta" na primeira entrevista da partida? Não é comum.

    Aos 15 minutos, Cássio chutou para o campo de ataque. Não era tiro de meta, mas cobrança de impedimento. Dá no mesmo.

    Jô ganhou de cabeça e correu para fazer o pivô, enquanto Rodriguinho se posicionava para a finalização. O gol foi como Fábio Carille descreveu.

    O Corinthians marcou 29 gols em 24 partidas neste ano, nove de bola parada. São 31%. Na saída do primeiro tempo, o atacante William Pottker queixou-se de a Ponte Preta não ganhar nunca a segunda bola, a que vem pelo alto, chutada pelo goleiro.

    Era parte do plano de jogo do Corinthians, não anulada pelo time da Ponte Preta.

    Gilson Kleina mudou sua equipe no segundo tempo. Piorou. Arthur é lateral ofensivo, substituto de Reinaldo, zagueiro improvisado do lado esquerdo. Renato Cajá tem qualidade de passe. Não apareceu. A média de passes certos da Ponte Preta no primeiro tempo era de 92%. Caiu para 77%.

    O pecado da primeira etapa era não transformar posse de bola em chance de gol. Na segunda etapa, nem a bola era bem tratada.

    Todo mundo sabe que este Corinthians não gosta da bola. Quer a precisão na transição da defesa para o ataque. Não se trata de velocidade, mas de certeza de que a bola chegará até a grande área rival para a finalização.
    Como no segundo gol.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Contra-ataque puxado por Rodriguinho pela esquerda, sem pressa e com precisão. Passe exato para Jádson marcar 2 x 0.

    Rodriguinho é muito bom. O ideal seria que não precisasse ser o melhor jogador do time. Mas é. Como levou o terceiro cartão amarelo, o Corinthians sentirá muito a sua falta na semana que vem, especialmente porque se tornou o ponto de referência do meio-de-campo na ligação com o ataque.

    O Corinthians varia no sistema tático. Ora Rodriguinho está na mesma linha de Maycon. Em outros momentos, à frente dele, como meia de ligação, o meio-campista mais próximo de Jô. Foi o melhor em campo no clássico contra o São Paulo, no Morumbi, e de novo em Campinas.

    Dois gols e um passe para Jádson, camisa 77, número emblemático, no dia da reestreia do modelo de uniforme igual àquele da quebra do jejum, com gol de Basílio.

    O Corinthians seguiu entregando a bola à Ponte Preta. No primeiro tempo, 47% de posse de bola corintiana. No segundo, 46%. Se o adversário quer atacar, que ataque, mas sabendo que não conseguirá invadir a grande área de Cássio.

    Dos 14 gols sofridos pelo Corinthians neste ano, oito foram de bola parada e dois de fora da área. Somando o gol contra de Fágner, contra o Internacional, percebe-se como é difícil furar o bloqueio defensivo de Carille.

    Não diga que o Estadual não é parâmetro. Nada no Brasil é. Time que vai bem na Libertadores vai mal no Brasileiro e time que vai bem no Brasileiro não encaixa na Copa do Brasil. Importante é entender o que fez o Corinthians forte. E manter a força para ser campeão semana que vem.

    CENTENÁRIO
    O Corinthians completará 100 jogos na Arena Corinthians na semana que vem, na partida contra a Ponte Preta. Na festa, será campeão paulista pela 28ª vez na história. Até hoje, são 69 vitórias, 23 empates e 7 derrotas. Nenhuma vez perdeu por três gols de diferença.

    IGUAL A 2001
    Das finais do Campeonato Paulista neste século, só houve três com dois grandes. A primeira com um "intruso" foi Botafogo-SP x Corinthians. Igual a este domingo. No primeiro jogo, o Corinthians ganhou por 3 a 0. Foi campeão com empate sem gols na segunda partida, no Morumbi.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024