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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Corinthians tem estilo de jogar que marca época vencedora

    08/05/2017 02h00

    O Corinthians é campeão paulista jogando no seu estilo. Estilo? Palavra fora da moda no futebol brasileiro, porque tirando o tempo em que o presidente do Santos, Luis Álvaro, falava no DNA santista, nenhum clube do país tem um jeito de jogar. O Corinthians tem.

    Desde 2009, quando voltou da Série B, o Corinthians é compacto, seguro e letal. Não joga à base das tabelinhas de Sócrates e Palhinha, não tem um virtuose como Luizinho, nem um ídolo das multidões como Marcelinho. Tem conjunto.

    O melhor momento desta era corintiana foi com o treinador Tite, campeão mundial em 2012 marcando, seguro, preciso. Mas houve momentos fortíssimos com Mano Menezes.

    No início de 2009, quando o Corinthians era criticado, fazia sentido prestar atenção ao fato de que a equipe não perdia. Time que não perde merece respeito, sempre.

    Meses depois das críticas por jogos aparentemente sem brilho, o Corinthians foi campeão paulista, invicto, e da Copa do Brasil.

    Foi o caso desta campanha da taça comandada por Fábio Carille.

    A história do interino que vira campeão é comum no Corinthians moderno.

    Lembre-se de Eduardo Amorim em 1995 ou de Oswaldo de Oliveira, promovido a treinador com a saída de Luxemburgo para a seleção em 1999. Depois do primeiro mês inseguro, recuou a assistente com a contratação de Evaristo de Macedo.

    Novamente foi técnico com a demissão do titular e aproveitou a segunda chance com o título paulista de 1999. Carille repete a trajetória e tem a lição de que precisa seguir como Oswaldo.

    Porque Eduardo Amorim não sobreviveu à eliminação da Libertadores do ano seguinte e sua carreira desapareceu. Carille resistiu à desconfiança. O Corinthians também.

    Neste domingo (7), o time manteve sua feição. Esperou, sofreu poucas chances de gol do adversário, e contra-atacou. Usou a estatura de Jô para iniciar jogadas pelo alto e a marcação no campo de ataque para roubar a bola que deu início à jogada do gol de Romero, seu 18º em Itaquera, onde é goleador.

    O título veio com empate, por causa do gol de Marllon, da Ponte.

    Jogada de bola parada, confirmação da saúde defensiva do Corinthians, 15 gols sofridos em 2017, nove em cobranças de faltas e escanteios, três de fora da área... Um contra. Quem entra na grande área defendida por Cássio?

    A segurança defensiva é outra característica mantida pelo Corinthians de Mano Menezes, que passou por Tite e chegou a Carille.

    Cristóvão e Oswaldo de Oliveira não conseguiram manter esta ideia. Com Oswaldo, a média de gols sofridos era superior a um por partida. Não era assim desde 2013, com, Tite, no ano posterior à conquista do Mundial, de resultados ruins.

    Adílson Batista também não conseguiu, no intervalo de Mano para Tite. Na época, os zagueiros mais lentos, como William, Chicão e Roberto Carlos, reuniram-se com ele e pediram para jogar de maneira mais segura.

    Adílson respondeu que jogadores do Corinthians tinham de estar preparados para atuar de maneira ousada. Não. O melhor jeito de jogar é sabendo qual é a sua característica e qual o seu estilo.

    O Corinthians de hoje tem um jeito de jogar.

    Não é seu DNA. Mas o estilo que marca uma época vencedora.

    Campinho PVC de 8.mai.2017
    (articleGraphicCaption).

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    Marcello Dias/Futura Press/Folhapress
    O jogador Guerrero do Flamengo comemora gol contra Universidad Católica CHI em jogo da Libertadores 2017
    O jogador Guerrero do Flamengo comemora gol contra Universidad Católica na Libertadores 2017

    Fla-Flu
    O Maracanã teve o maior público do país neste ano: 68 mil presentes, 58 mil pagantes. E viu Guerrero repetir sua maior qualidade : fazer gol decisivo. Marcou e mudou a decisão, que tinha o Flu mais forte. Título ajuda a sedimentar projeto financeiro do Fla.

    Os Novatos
    Campeões como técnicos, Fábio Carille, Zé Ricardo, Wesley Carvalho e Pachequinho começaram como interinos. Roger Machado ganha seu primeiro troféu. O domingo (7) consagrou os técnicos em quem poucos confiam, porque não tinham nome.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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