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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Precisamos reforçar a cultura de passar meses discutindo contratações

    14/05/2017 02h00

    Ronny Santos/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 11-05-2017 - SULAMERICANA SAO PAULO x DEFENSA Y JUSTICIA - Rogerio Ceni, na partida entre Sao Paulo x DEfensa y Justicia pela copa Sulamericana, no Estadio Morumbi. (Foto: Ronny Santos/Folhapress, VENCER) ***EXCLUSIVO AGORA *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA *** FONES 3224 2169 * 3224 3342 ***
    Rogério Ceni gesticula durante empate do São Paulo contra o Defensa y Justicia no Morumbi

    O São Paulo junta os cacos da eliminação da Copa Sul-Americana no palco de sua melhor atuação em 2017: o Mineirão. Das 23 partidas em Belo Horizonte contra o Cruzeiro, o tricolor venceu 12. Seria tudo perfeito, não fosse o empate contra o Defensa y Justicia. Indefensável!

    A eliminação aponta o dedo para Rogério Ceni, mas reforça a crise institucional dos últimos cinco anos no Morumbi. A sequência de equívocos desde o terceiro mandato de Juvenal Juvêncio resulta num elenco inferior ao que poderia fazer Rogério decolar como treinador.

    Agrava-se o fato de tomar decisões discutíveis, como escalar Lucão e Neilton.

    Leva tempo para um treinador ser unânime. Rogério tem o exemplo de Cuca, a outra notícia deste domingo de inauguração do Brasileiro 2017. A demissão de Eduardo Baptista não foi justa, mas foi certa.

    Isso ficará evidente na recepção do Allianz Parque ao técnico campeão de 2016, aos gritos: "Olê, olê, olá, Cuca, Cuca!"

    O retorno de Cuca não garante o bicampeonato nem a Copa Libertadores. Lembre-se de que o início no Atlético-MG foi com seis derrotas seguidas e no Palmeiras com quatro, incluindo um acachapante 4x1 para o Água Santa. Também parecia indefensável.

    O Palmeiras mudará de novo o sistema de marcação e o estilo de jogo. Em vez da posse de bola, a definição das jogadas será rápida. Não é simples a transformação. Desta vez, está a favor o fato de três quartos do elenco saberem exatamente o que Cuca deseja.

    Além do clássico Flamengo x Atlético-MG, no sábado (13), a crise do São Paulo e a estreia do último campeão são os dois destaques da primeira rodada do Brasileiro. É o grande campeonato do país com potencial para ser o principal torneio do continente, de ter relevância no noticiário do planeta.

    Hoje, só é relevante para os empresários que vêm buscar os jogadores, muitos criticados aqui e úteis no exterior.

    O Brasileiro precisa ser muito mais do que isto. Na terça-feira (8), o diretor de competições da CBF, Manuel Flores, afirmou ter pressa para realizar no Brasil tudo o que se vê nos principais torneios do mundo.

    Organização, qualidade dos gramados, o cenário perfeito para exportar a imagem de um campeonato brilhante. Ficará faltando diminuir o êxodo e reforçar a cultura de um país que passa meses discutindo qual vai ser a próxima contratação, sem debater o jogo, do ponto de vista técnico e tático.

    "Eles tiveram 25 anos e vamos ter nosso tempo", disse Manuel Flores sobre a maturação das ligas da Europa e o sonho de ser igual. Lá, rega-se a planta todos os dias. A água tem de ser na medida certa. E é.

    Aqui, o campeonato é colocado na TV e pronto. Por isso, há apenas 15 mil pessoas de público médio.

    O Brasileiro começa e é um grande campeonato. Você não sabe quem vai ser o campeão. O Palmeiras não chegava acima de nono lugar havia sete anos. Foi campeão no ano passado.

    Na Europa, o nível técnico abunda, mas a Juventus será hexa na Itália, o Bayern é penta na Alemanha, o Barcelona pode ser tri na Espanha, o PSG foi tetra na França.

    O equilíbrio não pode ser tudo. Mas é um atributo inestimável para fazer o Brasileiro ser mais do que é.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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