• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 15:21:43 -03
    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    No futebol brasileiro, só o dinheiro não traz felicidade

    05/06/2017 02h00

    Rodrigo Gazzanel/Futura Press/Folhapress
    O jogador Willian do Palmeiras durante a partida entre Palmeiras e Atlético MG, válida pelo Campeonato Brasileiro 2017, no Estádio Arena Allianz Parque, em São Paulo, SP, neste domingo (04).
    O atacante Willian, do Palmeiras, errou pênalti contra o Atlético-MG e a partida terminou empatada

    O antídoto para a falta de dinheiro é o trabalho sério. O único jeito de transformar times de jogadores médios em grandes equipes é a sequência de uma ideia. Repare na palavra: ideia. Não se diz aqui que é necessário manter o mesmo técnico, porque os times não resistem aos resultados. Dorival Júnior foi demitido pelo Santos neste domingo (4).

    Mas pense agora no dinheiro e observe o jogo Palmeiras 0 x 0 Atlético-MG. Se a grana resolvesse tudo, um golzinho haveria de haver. O Palmeiras é o mais rico. O Atlético, o segundo em contratações.

    Nenhum dos dois parece ser o time mais forte.

    Cuca confirmou a expectativa e barrou Felipe Melo, escalou Thiago Santos para marcar Cazares individualmente. Quando Roger mexeu na disposição tática do segundo tempo e Cazares foi jogar na ponta direita, um chute vadio, de longe, obrigou Fernando Prass a espalmar para escanteio.

    Mesmo com marcação individual em boa parte da partida, Cazares foi perigoso.

    O Palmeiras teve a chance de vencer no pênalti perdido por Willian. Se ganhasse, o Palmeiras teria início idêntico ao do ano passado, depois de quatro rodadas. O início do Palmeiras mais rico desde a Parmalat é pior do que no ano passado, quando tinha seis pontos.

    Hoje, são só quatro pontos. O líder tem dez. É o pior começo desde 2012, ano do rebaixamento —daquela vez, tinha só um ponto.

    O começo ruim já obriga a uma reação na tabela de classificação que o Palmeiras não imaginava no início da campanha. São seis pontos de distância para o líder. Nas próximas duas rodadas, enfrentará o Coritiba e o Fluminense, ambos já com nove pontos.

    Cuca deixou claro que conversou com Felipe Melo, explicou a razão de ir para a reserva e falou sobre a necessidade de trabalhar para voltar a ser titular. O que pega para Cuca é a dificuldade de Felipe Melo de perseguir o adversário que está marcando por todo o campo.

    Pode-se discutir se está certo ou errado. A informação é esta: Cuca julga que Felipe Melo tem problemas para marcar individualmente.

    Thiago Santos sempre vai bem quando entra como titular. No domingo, foi bem também.

    No futebol brasileiro, só o dinheiro não traz felicidade. É preciso trabalho.

    O Santos abre mão da sequência neste momento. Verdade que o Santos de 2017 é pior do que dos últimos dois anos, de todo o período em que Dorival Júnior assumiu a equipe, levou ao título paulista, ao vice-campeonato brasileiro e da Copa do Brasil.

    Mas o Santos é o único invicto da Libertadores. Não é ruim. Dorival Júnior era um exemplo raro de um treinador de um clube brasileiro há quase dois anos no cargo. Caiu. Hoje, só há dois clubes com técnico há mais de um ano no comando: o Atlético-GO e o Flamengo.

    Não é coincidência haver times que não sabem o que fazer quando têm de propor o jogo, caso do Corinthians, ou que não sabem como se infiltrar na defesa rival, quando têm o controle da bola, como o São Paulo. Não há tempo de trabalho suficiente.

    O contraponto é Dorival Júnior. Seu Santos estava pior do que foi há um ano. Era o caso de trabalhar para melhorar as coisas. Não necessariamente para demitir.

    Não há trabalho. Por isso, não há time.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Campinhos PVC - 05 de junho de 2017

    11 HORAS

    O clássico Flamengo 0 x 0 Botafogo registrou críticas pelo nível técnico e por ser disputado às 11h. O horário atrapalha, mas não é definitivo para explicar o futebol ruim. O pecado é do Flamengo, mais forte, que não conseguiu infiltrar-se na defesa do Botafogo.

    O GALO

    O Galo não precisou acordar cedo para enfrentar o Palmeiras e mesmo assim teve dificuldades. Verdade é que o Brasileiro mantém o equilíbrio. Isso é ótimo. Não tem o nível técnico adequado. Isso é péssimo. Os melhores times não se impõem aos rivais. Você entendeu por quê.

    pvc

    pvc

    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024