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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    Na zona de risco, o problema do São Paulo hoje é o próprio São Paulo

    03/07/2017 02h00

    Marcello Dias/Futura Press/Folhapress
    O técnico Rogério Ceni, do São Paulo, durante a partida diante do Flamengo, no Rio
    O técnico Rogério Ceni, do São Paulo, durante a partida diante do Flamengo, no Rio

    O discurso de Petros de que voltou da Espanha mais calmo teve prazo de validade de sete minutos. Foi o tempo da primeira reclamação contra ele, feita por Éverton Ribeiro, num lance em que o novo volante são-paulino colocou a bola em lateral.

    Ainda houve uma disputa ríspida com Guerrero, antes da falta que cometeu no centroavante peruano. Da jogada, nasceu o primeiro gol do Flamengo.

    Petros é muito bom e voltou ao Brasil enquanto tinha mercado na Europa, coisa rara. Mas às vezes passa do ponto. Seria bom poder ter Thiago Mendes no elenco e Petros também. A troca de um pelo outro só vai funcionar no médio prazo.

    Será necessário adaptar-se ao menor número de infiltrações, mais raça, menos técnica. Para isso, vai ser preciso ter paz.

    Difícil, depois da combinação de resultados que levou o São Paulo à zona de rebaixamento pela primeira vez desde 2013.

    O Flamengo jogou melhor do que o time de Rogério Ceni. Finalizou mais, desarmou mais, em função da menor posse de bola.

    Em 2013 e 2014, como hoje em dia, o São Paulo trabalhava mais a bola do que seus adversários, mas transformava pouco essa superioridade em gols.

    Rogério desistiu dos três zagueiros antes da partida contra o Fluminense, manteve o sistema com linha de quatro homens e agora usa Lugano na caça, como Rogério afirmou não desejar na entrevista coletiva depois do jogo contra o Vitória.

    Mudou. Claro que a opção tem a ver com as perdas de Maicon e Lucão. Lugano não compromete. Mas o São Paulo segue sofrendo toda vez que sai de casa.

    É um fenômeno descoberto no Brasileiro. Antes, no Paulista, na Copa do Brasil e na Sul-Americana, o São Paulo venceu seis, empatou cinco e perdeu duas vezes como visitante.

    Ganhou do Santos, na Vila Belmiro, e do Cruzeiro, no Mineirão. Isso conta. As outras quatro vitórias aconteceram contra São Benardo, Linense, Moto Club e PSTC.

    Desde que o campeonato começou, Rogério viu seu time marcar um único ponto em seis viagens, contra o Sport, partida em que chutou só uma vez no alvo.

    Faltam duas semanas para o próximo jogo no Morumbi, contra o Atlético-GO. Trocar de técnico não é solução. O problema do São Paulo hoje é o São Paulo. Se não houvesse crise política, Leco talvez não precisasse de um nome de peso que servisse de escudo e não contratasse Rogério Ceni tão cedo. Tomaria decisões com mais calma e mais chance de acerto.

    Mesmo assim, é cedo para dizer que Rogério foi um erro. Ele será um excelente técnico e hoje sofre por questões alheias ao seu trabalho.

    O São Paulo, aquele que conhecemos, que resolvia suas crises internamente, não deixava os problemas ultrapassarem seus muros e denominava-se soberano tinha condição de esperar. A paz interna ajudava.

    A maior crise da história do clube, com a eliminação na repescagem do Paulista de 1990 -episódio que até hoje chamam de rebaixamento, num campeonato cujo regulamento afirmava não haver descenso - veio logo depois de uma eleição vencida por um voto.

    Hoje é dia de tomar decisões sabendo o que se quer e para onde se vai. É o único jeito de sair da crise. O único remédio é a cabeça fria.

    13 VEZES JÔ

    Jô chegou ao seu gol número 13 no ano, e poderiam ter sido 14, se tivesse convertido o pênalti que Arana não sofreu. Pedrinho entrou muito bem. O Corinthians abre sete pontos de vantagem na 11ª rodada. Mais do que tinha a esta altura em sua melhor campanha, em 2011.

    PALMEIRAS SOBE

    O Palmeiras reserva foi melhor durante todo o tempo contra o Grêmio, no sábado. Merecia vantagem maior, apesar de Egídio salvar uma bola em cima da linha. O problema do Palmeiras está na zona leste de São Paulo. Enquanto o Palmeiras sobe, o Corinthians não para.

    Marcello Fim/Raw Image/Folhapress
    Raphael Veiga comemora gol contra marcado por Machado na partida entre Palmeiras e Grêmio
    Raphael Veiga comemora gol contra marcado por Machado na partida entre Palmeiras e Grêmio

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
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