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    PVC - Paulo Vinicius Coelho

    A posição de centroavante não morreu no futebol brasileiro e mundial

    25/12/2017 02h00

    Reprodução/Facebook
    Cruzeiro anunciou contratação do centroavante Fred, que estava no rival Atlético-MG, neste sábado (23)
    Cruzeiro anunciou contratação do centroavante Fred, que estava no rival Atlético-MG, neste sábado (23)

    O presente de Natal de Mano Menezes foi Fred. Parece incrível, mas foi. No sábado (23) à tarde, o Cruzeiro anunciou um contrato de três anos com o centroavante da Copa do Mundo de 2014, o mesmo que Mano Menezes não escalava em 2012, quando ainda era treinador da seleção.

    Mano gostou da contratação, porque seu time cria muito e define pouco. Foi apenas o 15º melhor ataque do Brasileirão.

    Incrível é pensar que Fred será o centroavante de Mano Menezes em seu retorno à Libertadores, oito anos depois de sua última participação no torneio continental.

    Em 2010, seu centroavante veterano era Ronaldo, velho tanto de guerra quanto de movimentação constante no ataque.

    Fred, não. Foi chamado de cone na Copa de 2014.

    Quando era técnico da seleção, Mano Menezes costumava dizer que julgava Fred o melhor centroavante brasileiro. Mas entendia que jogar com centroavante o fazia perder disputas nos jogos internacionais de maior nível. Por isso, jogava sem centroavante fixo.

    Jogar a Libertadores com Fred pode significar a compreensão de que o futebol da América do Sul não é igual ao da Europa, ou entender que times diferentes precisam de características diferentes.

    A Alemanha fez 7 a 1 no Brasil com Miroslav Klose no ataque. Não era Thomas Müller, de mobilidade, mas o tanque, maior goleador da história das Copas.

    Klose sabe sair da área e tabelar. Fred também. Dentro de seus limites. Há maneiras diferentes de vencer e estilos diferentes de centroavantes. Luis Suárez, Ibrahimovic, Lukaku, Gonzalo Higuain, Benzema, Aguero, Cavani e Gabriel Jesus... Todos jogam como centroavantes. Há características diferentes entre eles. Mas todos atuam como atacantes centrais. Centro avante.

    A questão sempre é qual a necessidade principal de seu time. Criar jogadas ou defini-las. No caso do Cruzeiro, parece fundamental colocar a bola para dentro. É o caso do Flamengo, o time que mais finalizou errado no Brasileirão.

    O Flamengo negociou para ter Fred. Não foi taxativo. Tem outro goleador de preço parecido, Paolo Guerrero. O peruano também é centroavante, embora menos goleador do que Fred.

    Em 2017, Guerrero fez 20 gols, metade no Estadual do Rio. Fred marcou 30, um terço no Campeonato Mineiro.

    Centroavante não é a função primordial do futebol moderno. É necessário ter alguém que abra espaços para quem vem de trás, saiba fazer passes decisivos e, de preferência, faça gols.

    Nem todo mundo é Pelé, nem Cruyff, que fazia exatamente essa função, como Messi em 2011, quando era chamado de falso 9.

    O melhor 9 verdadeiro do futebol brasileiro em 2017 foi Jô, camisa 7 do Corinthians.

    Para os melhores técnicos, a pergunta não é qual o centroavante dos seus sonhos, mas se precisa de um centroavante.

    A maior parte responde que sim. Mourinho escala Lukaku, Unay Emery usa Cavani, Guardiola joga com Aguero. As características variam, as funções também. E este é o ponto. O que você pede ao seu centroavante.

    Em 2012, o técnico da seleção, Mano Menezes, pedia participação em todos os movimentos do ataque. Em 2018, Mano pedirá gol. Ele precisa disso.

    Folhapress
    Campinhos PVC 25.12.17
    Campinhos PVC 25.12.17

    54 x 53

    Nem Messi nem Cristiano Ronaldo são centroavantes, mas disputam há dez anos o prêmio de melhor jogador do mundo. Não há goleadores maiores do que ambos. Neste ano, Messi completou 54 gols com o pênalti cobrado contra o Real Madrid no clássico de sábado (23). Cristiano fez 53.

    JAIR É SANTOS

    Jair Ventura deixa o Botafogo para ser técnico do Santos. Implica o desafio de manter o compromisso de usar as divisões de base, como fez em General Severiano. E fazer o time jogar no ataque. No segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Botafogo chegou a ter o ataque mais positivo.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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