"Lívio Lavanda tem um varal. Nele, pendura coisas para se lembrar dos pequenos e grandes acontecimentos. Todos os dias, ele põe alguma coisa nova ali...".

É assim que começa um livro chamado "Lívio Lavanda". Pelo início, já dá para perceber que o assunto são as lembranças, as recordações.

Quando você fica assim sem fazer nada, só pensando, costuma se lembrar de algumas coisas que aconteceram em sua vida e que foram legais, importantes, que doeram, marcaram?

O Lívio, personagem do livro, lembra-se, por exemplo, da primeira vez em que ele viu o mar. E você, lembra-se de quê?

A nossa memória guarda imagens e filminhos que fizeram alguma diferença em nossa vida: um presente que tanto queria e ganhou, uma discussão com sua mãe ou pai que terminou em perdão e carinho, o cheiro do bolo que adora e que sua avó faz quando vai à casa dela, um abraço que deu em um colega, um filme que emocionou, querendo que ele nem acabasse, por exemplo.

E há também a saudade de pessoas que passaram por sua vida e que agora estão longe, por algum motivo. Saudade também é lembrança, sabia?

Às vezes a gente nem percebe que todo dia acontece alguma coisa que vai se transformar em uma lembrança no futuro -de muitas delas você só vai se lembrar quando crescer mais. Seus pais têm lembranças de quando foram crianças!

"O que você penduraria no seu varal de recordações?". É assim que termina o livro do Lívio Lavanda, e é assim que termina a nossa conversa neste Quebra-Cabeça de toda semana. Este é nosso último encontro por aqui. Mas eu acho que vamos nos encontrar em suas lembranças, em suas recordações.

Vou torcer para que alguns dos assuntos que tratamos nesta coluna façam parte de sua memória. E lembre-se de fazer como o Lívio: todos os dias, pendurar alguma coisa nova em seu varal. Todos os dias, guardar uma lembrança.

Até mais!

	Alexandre Beck