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    Ranier Bragon

    Com péssima popularidade, Temer se ampara em apoio com prazo de validade

    02/05/2017 02h00

    Paulo Whitaker/Reuters
    An effigy of Brazil's President Michel Temer is seen during a protest against the president's proposal reform of Brazil's social security system, in downtown Fortaleza, Brazil April 28, 2017. The posters read: "We are on strike." REUTERS/Paulo Whitaker ORG XMIT: PW13
    Boneco do presidente Michel Temer caracterizado como vampiro, durante protesto em Fortaleza, Ceará

    Para um presidente que diz acreditar não ter cometido nem um mísero erro em sua gestão, apenas "corajosos" e "ousados" acertos, é devastador o cenário aferido pelo Datafolha nas ruas do país.

    Prestes a completar um ano no comando do governo, Michel Temer desponta como uma Geni da política seja lá qual for o ângulo escolhido.

    Como suposto candidato a outro mandato, tem 2%, em empate técnico com notáveis como Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL), e perto do "1% vagabundo", como canta Wesley Safadão -à diferença de que, nesse caso, ninguém parece gostar. As reformas com as quais pretende impulsionar a economia são mal avaliadas. E o índice de insatisfação com seu governo é próximo aos de Collor (1992) e Dilma (2016) quando ambos estavam na iminência de perder o mandato.

    A diferença é que Temer conta, por ora, com o amparo do Congresso, ele também em maus lençóis —58% dos eleitores acham ruim ou péssima a atuação de deputados e senadores, pior número da história.

    Mas esse apoio, sustentado pelos contrários à volta da centro-esquerda ao poder, tem prazo de validade. Falta menos de um ano e meio para as eleições de presidente, governadores, Senado, Câmara e Assembleias, uma disputa cuja largada pra valer se dará nos próximos meses.

    É antiga a história de que políticos ficam ao lado de colegas caídos em desgraça até a beira do precipício, mas nunca pulam junto no abismo. Se Temer propaga desapego à popularidade, fala por si só.

    As principais esperanças para segurar de pé a pinguela —como Fernando Henrique Cardoso definiu a atual gestão— são aprovar as reformas e esperar uma possível retomada cíclica da economia. Além de cometer acertos ousados e corajosos mais na prática do que na retórica.

    As recentes rebeliões de aliados na Câmara, algumas revertidas na base da ameaça, mostram que o cronômetro ameaça perigosamente a estabilidade da pinguela palaciana.

    ranier bragon

    Repórter da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Belo Horizonte e São Luís. Formou-se em jornalismo pela PUC-MG.

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