MARCO RODRIGO ALMEIDA (interino)
A Bienal Internacional do Livro São Paulo, a ser realizada a partir da próxima sexta (22), terá menos expositores (editoras, livrarias, distribuidoras) neste ano. São 300 confirmados agora, contra 480 na última edição do evento, em 2012. Além da queda no número de expositores internacionais (134 para 75), grandes editoras brasileiras que tradicionalmente participam da Bienal, como a Objetiva e a L&PM, estarão ausentes pela primeira vez. O alto custo do evento é apontado como o principal fator. Os preços do aluguel e da montagem do estande são altos (um espaço de médio porte, em torno de 100 m², custa pelo menos R$ 200 mil) e as vendas não compensam o investimento. Para as editoras, a grande vantagem é expor o catálogo e fazer contato com os leitores. "Os custos da Bienal são crescentes e o resultado em divulgação deixa a desejar. Achamos mais eficaz investir em outros projetos de marketing", diz Roberto Feith, diretor da Objetiva.
O estande da Amazon
Enquanto uns saem, outros chegam. A Amazon pela primeira vez terá um estande na Bienal do Livro de São Paulo.
No espaço, a varejista on-line vai vender seus leitores de livros digitais (Kindle e Kindle Paperwhite) com desconto e promover debates.
Autores que lançaram livros pela plataforma de autoaplicação do site (Kindle Direct Publishing) irão comentar seus trabalhos e o novo cenário digital.
A gerente de autopublicação da Amazon, Natalia Montuori, fará duas palestras (29 e 31 de agosto, às 10h) para tirar dúvidas sobre o sistema.
Também haverá encontros com os escritores Noemi Jaffe e Menalton Braff.
Parceria
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"Um Menino Chamado Raddysson", da editora Melhoramentos, traz texto de Ziraldo e desenhos de Portinari (1903-1962); o livro será lançado na Bienal, nos dias 23, 24, 30 e 31 de agosto, às 15h30
Balanço
A ANL (Associação Nacional de Livrarias) promove de segunda (18) a quarta (20) sua 24ª convenção. Na abertura, vai apresentar dados pouco animadores sobre o mercado livreiro. O Brasil tem hoje 3.095 livrarias —o que representa, na média, uma para cada 65 mil habitantes. A Unesco recomenda uma relação de 10 mil habitantes por livraria.
Que beleza!
Nem bem lançou seu mais recente livro, "A Ilha do Conhecimento", o físico e colunista da Folha Marcelo Gleiser já planeja o próximo, "A Simples Beleza do Inesperado". Misto de ficção e não ficção sobre a busca espiritual, a obra será lançada pela editora Record.
Thriller
A Record também publica, em maio de 2015, o romance "Ariana", escrito por Igor Gielow, diretor da Sucursal de Brasília da Folha. A trama, ambientada no Paquistão, segue um jornalista brasileiro, a trabalho para uma revista britânica, em uma investigação que envolve terrorismo, serviços secretos e amores falidos.
Nas telas
"F", elogiado romance do escritor gaúcho Antônio Xerxenesky (editora Rocco), foi comprado pela produtora RT Features.
Vendas
A procura por livros de João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna disparou depois da morte dos dois autores, em 18 e 23 de julho, respectivamente. Segundo pesquisa da Nielsen BookScan, empresa que compila informações do meio editorial, livros de Ubaldo venderam dez vezes mais na semana após a morte do autor. O mais disputado foi "Viva O Povo Brasileiro" (1984).
Vendas 2
Já as obras de Suassuna tiveram desempenho quatro vezes maior, puxado pelo clássico "Auto da Compadecida" (1955).
Despedida
A WMF Martins Fontes vai perder nos próximos meses seu maior sucesso atual. Desde 2010, "Quem É Você, Alasca?", de John Green, já vendeu 250 mil exemplares. O livro agora vai para a Intrínseca, que já publica no Brasil outros livros de Green.
Despedida 2
A WMF só poderá imprimir o título até começo de setembro agora e vendê-lo até setembro do ano que vem. Para selar a despedida, e aproveitar ao máximo o tempo que resta, lançou de uma só vez quatro edições do livro com capas diferentes, somando ao todo 60 mil exemplares.