A filósofa americana Judith Butler, uma das mais proeminentes pensadoras do feminismo e da teoria queer —que articula uma crítica à hegemonia heterossexual, analisando-a como imposição cultural—, vem a São Paulo em setembro de 2015. A professora da Universidade da Califórnia em Berkeley participará do 1º Seminário de Cultura Queer, promovido pela revista "Cult" para debater os estudos que se popularizaram nos anos 1990, depois que Butler lançou "Problemas de Gênero" (Civilização Brasileira, 2003, esgotado).
A pensadora se juntará a especialistas como a francesa Marie-Helêne Bourcier e os brasileiros Carla Rodrigues, da UFRJ, e o colunista da Folha Vladimir Safatle, da USP, sob curadoria de Richard Miskolci.
FUROS LITERÁRIOS
A editora paulistana Carambaia pretende estrear no mercado em fevereiro publicando apenas "furos literários" –obras esquecidas ou nunca traduzidas de autores em domínio público–, em edições caprichadas, com tiragens de até mil exemplares, vendidas pela internet.
Na estreia, saem "Homens em Guerra", do austro-húngaro Andreas Latzko (1876-1943), vertido por Claudia Abelling; "Soldados Rasos", do australiano Frederic Manning (1822-1935), por Fal Azevedo; e "Juncos ao Vento", da italiana Grazia Deledda (1871-1936), Nobel de 1926, por Maria Augusta B. de Mattos.
Fabiano Curi, 43, criador da editora, pretende editar de 13 a 16 títulos em 2015 –haverá ainda uma reunião de crônicas de Proust (1871-1922) a partir de arquivos de jornais, edição que não existe nem na França. "Listamos quase 600 autores que podem ser traduzidos. Agora é ver quais as obras mais adequadas", diz.
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| APAGÃO DO BEM: Em Blecaute', que a Galerinha, da Record, lança em fevereiro, a falta de luz leva adultos e crianças a se juntarem para festejar; o autor, John Rocco, é o ilustrador das capas da série Percy Jackson' |
ACESSO A JANGO
Cerca de mil itens do acervo de Instituto Presidente João Goulart (IPG), em Brasília, incluindo documentos de CPIs, cartas, fotos e recortes, serão entregues nesta segunda (8) por João Vicente Goulart, filho de Jango e diretor-presidente do IPG, a Renato Lessa, presidente da Biblioteca Nacional.
A instituição ficará responsável pela digitalização do material e por disponibilizar, no site bndigital.bn.br, a íntegra do que estiver em domínio público e 10% do arquivo ainda protegido.
Com isso, pesquisadores terão acesso a documentos como fichas do Serviço de Informações americano, sob o título "Goulart na ONU"; cartas dos papas João 23º e Paulo 6º a Jango; e correspondência do presidente Salvador Allende sobre a situação no Chile em 1965.
Pós-José Olympio Depois de 20 anos à frente da José Olympio, Maria Amélia Mello pretende se dedicar a projetos pessoais. Entre eles, dar aulas –sobre mercado editorial, criação literária e até jazz, tema em que é especialista– e voltar a escrever. A autora de "Às Oito, em Ponto" (Max Limonad, 1984), premiado pela Academia Brasileira de Letras, termina outro livro de contos e tem um infantil concluído.
Pós José-Olympio 2 Maria Amélia se orgulha de, numa época em que editoras oferecem mundos e fundos para atrair herdeiros de grandes escritores, ter montado um catálogo com nomes como José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Marques Rebelo, Antonio Callado e outros. Será sucedida na José Olympio por Elisa Rosa, há dez anos no grupo Record, ao qual pertence a editora.
Parceria O escritor Paulo Scott e o quadrinista Rafael Sica vêm trabalhando juntos numa graphic novel para o selo Quadrinhos na Cia. Terá o nome "MMXM".
Battisti, o ficcionista O selo Martins, que edita a obra do ativista italiano Cesare Battisti, adquiriu os direitos da ficção "Le Cargo Sentimental", prevista para 2015. Quando saiu na França, em 2003, o livro foi comentado no "Paris Match" em texto sob o título "Salve, Cesare, os que te leram te saúdam".
Battisti, o ficcionista 2 Condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na Itália e asilado político no Brasil, Battisti trabalha em novo livro de ficção histórica. "Sua vida flui hoje com mais tranquilidade", diz o editor Evandro Martins Fontes.
Bioficção "Biografia Involuntária dos Amantes" é o romance que marca a estreia do português João Tordo, 39, na Companhia das Letras. O autor, vencedor do Prêmio Saramago 2009, dá o nome de Saldaña Paris (poeta mexicano de quem ficou amigo durante residência literária no Canadá) a um personagem que fica deprimido ao ler um texto deixado pela ex-mulher, Teresa (inspirada na mãe de Tordo).