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    Raquel Landim

    A queda dos empresários do PT

    25/11/2015 15h04

    No anos Lula-Dilma, muitos empresários se aproximaram do governo em busca de benesses e bons negócios. Quatro deles se notabilizaram pelo crescimento do seu império no período: Marcelo Odebrecht, André Esteves, Eike Batista e Joesley Batista.

    Dono do banco BTG, Esteves foi preso nesta quarta-feira (25) pela Polícia Federal acusado de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Além da suspeita de ter sido beneficiado em um negócio com a BR Distribuidora, Esteves também é um dos principais sócios da Sete Brasil e tem participação em blocos da Petrobras na África - até agora nenhuma irregularidade surgiu nos dois últimos negócios.

    O BTG cresceu muito nos últimos anos, despertando a inveja da concorrência. Não só por sua proximidade com o governo, mas também porque apostou pesadamente em ativos brasileiros quando o país vivia um "boom". Com a crise, enfrenta reveses em alguns negócios.

    Marcelo Odebrecht, dono da construtora Odebrecht e um dos homens mais ricos do Brasil, está preso na mesma Operação Lava Jato desde junho. Odebrecht é acusado de corrupção para conseguir vantagens em negócios na Petrobras —ele nega. Sua empresa tinha relações próximas com o presidente Lula.

    Eike Batista viu seu império desmoronar alguns anos atrás, porque não conseguiu entregar o petróleo que prometeu aos investidores. O governo não socorreu o empresário, que garante aos mais próximos não ter qualquer envolvimento na corrupção da Petrobras. Ele foi chamado a depor em outra CPI, que investiga os empréstimos do BNDES.

    Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, vai muito bem. A holding de sua família acaba de comprar a Alpargatas, dona das Havaianas por R$ 2,66 bilhões.

    O grupo, que surgiu como um pequeno frigorífico em Goiás, começou sua expansão com a ajuda de vultosos empréstimos do BNDES. Um dos maiores doadores de campanha do país, a família Batista usa sua influência para escapar da CPI que investiga o banco. Até agora funcionou.

    Com exceção da JBS e de algumas outras empresas, vai se desmontando a política dos "campeões nacionais", em que poucos eleitos recebiam todos os favores. Quando o cofre do governo secou, a hora da verdade chegou, seja por má administração empresarial ou por corrupção.

    raquel landim

    Jornalista formada pela USP, escreve sobre economia e política às sextas-feiras.

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