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    Raul Juste Lores

    Prédios criados na década de 1950 por Eduardo Kneese têm bosque particular

    02/10/2016 02h00

    Apesar de estarem a uma quadra da movimentada rua Vergueiro, estes predinhos têm seu bosque particular. Parte do condomínio Jardim Ana Rosa, financiado pelo Banco Hipotecário Lar Brasileiro nos anos 1950, trouxeram várias soluções para se economizar no condomínio, pensado para a classe média sem grandes posses.

    O terreno em uma rua muito íngreme permite que os seis andares não tenham elevador —a passarela no nível da rua entra direito no terceiro andar. Não há portaria e os apartamentos duplex dispensam corredores e muitas áreas de circulação. Mas esbanjou-se no verde e na área que os cerca: uma terceira via entre a verticalização do centro de São Paulo e a baixíssima densidade de casinhas para ricos e pobres que dominam a maior parte do território paulistano. A manutenção não faz jus ao capricho da obra.

    O arquiteto Eduardo Kneese de Mello (1906-1994) projetou os dois prédios ao mesmo tempo em que participava da equipe de Oscar Niemeyer que projetou o parque Ibirapuera (também trabalhou na construção de Brasília). Desenhou ainda o pavilhão que abrigou a primeira Bienal, em 1951, no terreno onde hoje fica o Masp. Foi fundador e primeiro presidente da seção paulistana do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e lecionou entre 1937 e o início dos anos 1990, formando gerações de arquitetos. Em seu escritório, nasceu a revista "Acrópole", a principal da categoria em São Paulo por décadas, e ainda dirigiu um programa sobre arquitetura na TV Excelsior em 1961 e 1962.

    raul juste lores

    É repórter especial. Já foi correspondente em Washington, Nova York, Pequim e Buenos Aires, e editor de 'Mercado'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

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