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    Raul Juste Lores

    Venezianas de cedro dão charme ao edifício Albina

    10/12/2017 02h00

    As venezianas de cedro envernizado chamam atenção de longe -a vista é desimpedida na rua Conselheiro Brotero. Com um apartamento de 300 m² por andar, o Albina continua muito bem conservado, tanto que as venezianas foram trocadas só uma vez, em cinquenta anos de uso.

    Dobráveis e com roldanas, elas correm sobre um trilho. Ficam a um metro do fechamento em vidro das unidades. Como os muxarabis da arquitetura árabe, as treliças dão privacidade e filtram a intensidade de sol e vento.

    A dupla de arquitetos, Alberto Botti e Marc Rubin, ainda experimentaria outras variações de vedação em madeira: no edifício Hildebrando de Almeida Prado (projetado em 1963), na rua Piauí, no Antônio Augusto Pereira Galvão (1964), na alameda Ministro Rocha Azevedo (em frente ao Spot), e no São Félix (1966), na Barão de Capanema com Cristóvão Diniz.

    Albina era a dona do terreno e avó do arquiteto santista Alberto Botti. O colega Rubin, nascido em Paris, veio aos dez anos de idade para o Brasil, com a família -o pai foi professor no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Com o trabalho escasseando para arquitetos, na ressaca do descontrole fiscal dos anos JK, os dois jovens arquitetos (com 31 anos, então) decidiram incorporar prédios, oferecendo área construída dos futuros empreendimentos aos donos dos terrenos.

    Ambos estagiaram no olimpo da arquitetura paulistana: Rubin com Rino Levi, e Botti com Oswaldo Bratke. Formados pelo Mackenzie, abriram em 1955 seu escritório, Botti Rubin, o mais antigo da cidade em atividade. A partir dos anos 1970, fizeram shoppings e edifícios comerciais, como o Pátio Higienópolis, o Centro Britânico e o polêmico Pátio Vítor Malzoni, que envelopa a Casa Bandeirista, na nova Faria Lima.

    EDIFÍCIO ALBINA
    (1962)
    r. Conselheiro Brotero, 801

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    A coluna "Sabe Aquele Prédio?" é publicada aos domingos, a cada 15 dias, na revista sãopaulo.

    raul juste lores

    É repórter especial. Já foi correspondente em Washington, Nova York, Pequim e Buenos Aires, e editor de 'Mercado'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

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