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    Rede Social - Eliane Trindade

    Hotel terá diária de até R$ 38 mil em palácio ao lado de parque no Morumbi

    31/01/2017 02h00

    A três meses da inauguração, 700 operários correm contra o tempo para finalizar as obras do Palácio Tangará.

    A propriedade de 28.000 m² de área construída, localizada no pedaço mais nobre do bairro do Morumbi, passa a abrigar a partir de maio uma das "pérolas" da Oetker Collection, grupo alemão que agrega alguns dos mais luxuosos hotéis do mundo.

    O palacete no estilo neoclássico circundado pelo parque Burle Marx será o nono hotel de uma "coleção" da qual fazem parte o Le Bristol, em Paris, o Lanesborough, em Londres, e o Eden Rock, em St. Barths, no Caribe.

    "É o primeiro empreendimento na América do Sul, que vai se juntar a outros oito hotéis icônicos do grupo", diz Celso David do Valle, 59, diretor-geral do Palácio Tangará.

    Há um ano, ele deixou o Hotel das Cataratas, do grupo Belmont, o mesmo do Copacabana Palace, para preparar o lançamento "do mais luxuoso hotel da capital paulista". "Nosso desafio é oferecer um serviço que não existe em São Paulo e vai além do conceito de seis estrelas, muito vago. É um resort dentro da cidade."

    O palacete abriga 141 apartamentos, dos quais 59 são suítes. As diárias vão de R$ 1.575 a R$ 38.500, caso da Suíte Royal, com 279 m² e terraço de 250 m² com vista para o parque. A megassuíte é descrita como "acomodação ideal para chefes de Estado, celebridades e os hóspedes mais exigentes do planeta".

    Numa categoria abaixo está a Suíte Presidencial, com 214 m² e diária de R$ 29.750.

    REFÚGIO URBANO

    Para o diretor-geral, o primeiro diferencial do Palácio Tangará é a localização. "Irreplicável", diz. "O palácio é abraçado pelo parque Burle Marx, o que faz dele um verdadeiro refúgio de tranquilidade sem sair de São Paulo."

    Entre os atrativos do novo hotel está o jardim lateral com um gramado no formato de tabuleiro de xadrez desenhado por Burle Marx, separado do hotel por uma cerca e pelo corredor de centenárias palmeiras imperiais que emprestam nobreza à entrada do Palácio Tangará.

    "É um oásis no coração de São Paulo", define Frank Marrenback, CEO da Oetker Collection, em entrevista por e-mail, fazendo referência ao "deslumbrante" parque.

    Os jardins desenhados pelo renomado paisagista mais a área verde foram doados à Prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (1989-1992), como compensação ambiental pela aprovação dos loteamentos da região do Panamby.

    Inaugurado em 1995, o parque municipal é gerido pela Fundação Aron Birmann, uma Oscip criada pelos proprietários da Incorporadora Birmann (antiga dona da área). "Nascemos para sermos autossuficientes e não dar despesas para a cidade", diz Thiago Santos, administrador do parque.

    PARQUE MODELO

    É um modelo de parceria que a gestão Dória quer implantar em outras áreas públicas do município. A principal fonte de recursos do Burle Marx é a receita do estacionamento, que cobre 30% dos custos mensais de R$ 70 mil.

    Ainda não está definido como será a colaboração com o hotel. "A ideia é que seja um grande parceiro, afinal o parque é o grande ouro do Palácio Tangará", diz o administrador.

    Um tesouro na forma de uma reserva urbana, 80% dela de Mata Atlântica, com lagos e nascentes que alimentam o Rio Pinheiros. Por uma trilha de 4 km, os cerca de 15 mil visitantes/mês podem contemplar tangarás, aves que dão nome ao parque, corujas, pica-paus da cabeça amarela e saguis.

    Os jardins e a riqueza da fauna e da flora do parque vizinho são descritos no site de vendas do hotel e nas peças de marketing da Oetker Collection, da mesma forma que a proximidade do Palácio de Buckingham é um dos atrativos do hotel londrino do grupo.

    "Oásis urbano" é o título de reportagem sobre o novo hotel na "Eden Being", a revista de lifestyle da Oetker, que reserva oito páginas para descrever o empreendimento como "um santuário verde na movimentada metrópole do Brasil".

    REQUINTES

    Outro atrativo é uma piscina interna aquecida, de 25 m, e outra externa de 20 m, além de seis salas de spa, parceria com a Sisley, exclusiva linha francesa de cosméticos botânicos.

    Com nove salas para eventos, o Palácio Tangará também se coloca como opção para clientes endinheirados e corporativos.

    Por R$ 75 mil ao dia, aluga-se um dos salões com pé-direito de 9,5 m e grandes portas de 6 m que vão dar em amplos terraços. Antes mesmo de inaugurado, já houve mais de 30 consultas para casamentos e eventos no local.

    A Folha visitou na semana passada as obras e as primeiras suítes já finalizadas, em tons suaves de azul, cinza e bege, que ao lado do verde, são as cores predominantes da decoração. Uma paleta que remete aos tons das aquarelas do século 18 de Jean-Baptiste Debret.

    Outros requintes são os lençóis de 500 fios egípcios, puxadores de ágata e outras pedras preciosas usadas na decoração dos ambientes.

    Dois escritórios de arquitetura foram contratados para decorar o palacete: a dupla Luiz Ricardo Bick e William Simonato ficou responsável pelos quartos e suítes; enquanto Patricia Anastassiadis assina as áreas sociais e comuns, como restaurantes e lobby.

    A gastronomia tem a assinatura de Jean-George Vongerichten dono de mais de 30 restaurantes no mundo, vários com estrelas Michelin.

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    por Eliane Trindade

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    É editora do Prêmio Empreendedor Social. Aqui, mostra personagens e fatos dos dois extremos da pirâmide social. Escreve às terças, a cada duas semanas.

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