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    Rita Siza

    África, Europa e Oceania

    25/01/2013 19h45

    1. A Taça das Nações Africanas ainda está no início e portanto ainda há tempo para a emoção e as surpresas que até agora têm iludido as audiências do torneio. Apesar do clima quente, a competição vai bem tépida.

    Infelizmente não se pode dizer o mesmo dos últimos acontecimentos políticos ou militares em vários países do continente, recentemente projectados para as primeiras páginas da imprensa mundial por força de golpes, atentados e conflitos com desfechos trágicos ou imprevistos.

    Não me admira que a primeira semana do torneio africano não tenha recebido a atenção habitual na Argélia, no Egipto, na Nigéria ou talvez na Eritreia, esse pais onde a vida quotidiana é um mistério para o resto da comunidade internacional.

    Espero pelo menos que a vitória inaugural do Mali (contra o Níger) possa ter temporariamente alegrado a população que há mais de um ano vive sob no limbo do Estado de direito, sob a ameaça da expansão dos extremistas islamistas que se sobrepuseram aos separatistas tuaregues.

    Mas além do regresso da Etiópia à competição (e já agora também do barulho vuvuzelas esquecidas pelas transmissões televisivas) esta fase de grupos do torneio não tem tido grande história.

    A Zâmbia, vencedora da última edição, ainda não convenceu - na sexta-feira beneficiou de uma penalidade absolutamente duvidosa contra a Nigéria (provavelmente a selecção com mais razão de queixa da sorte até ao momento) para evitar ser considerada a grande desilusão do torneio.

    O mesmo acontece com a Costa do Marfim, o Gana, Marrocos ou a África do Sul, pressionada para mostrar resultados que provem correcta a aposta e o investimento na realização da Copa do Mundo de 2010.

    E apesar do interesse dos olheiros, não se assinaram para já contratos milionários com jogadores que prometem transformar-se nas futuras estrelas dos clubes europeus.

    2. Treze cidades diferentes vão acolher os jogos do Europeu de 2020, anunciou a Uefa, que alegadamente quer dar uma oportunidade aos países mais pequenos de poder fazer parte de um torneio que dificilmente conseguiriam organizar sozinhos. É uma forma de dizer que não está fácil convencer os países europeus em crise a arrecadar o dinheiro necessário para um evento desta dimensão: nem os governos nem os mercados devem encarar o futebol como uma prioridade na actual conjuntura.

    Os critérios para que as cidades se possam candidatar a receber os jogos já foram explicados, e a Uefa já fez saber que desta vez não se aplicava a regra que garante a presença no torneio do país anfitrião. Meias-finais e final serão jogadas no mesmo estádio - muito provavelmente na Inglaterra ou Alemanha (a França já vai receber o Euro 2016), se Platini, não levar novamente a melhor - ele já disse que gostava que a final fosse em Istambul.

    Sejam quais forem as razões que levaram a Uefa a optar por uma mudança tão radical do formato do torneio, acho uma boa ideia. Sorte da juventude de 2020: acho que não vai voltar a haver ano tão perfeito para fazer um inter-rail pela Europa.

    3. A partidas épicas e os resultados surpreendentes em tantos dos jogos do Open da Austrália auguram uma formidável, emocionante e imprevisível temporada para o ténis mundial em 2013.

    rita siza

    Escreveu até dezembro de 2013

    É jornalista do diário português "Público", onde acompanha temas de política internacional, com ênfase na América Latina. Do futebol ao pebolim, comentou sobre diversos esportes, com particular atenção às Olimpíadas.

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