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    Roberto Dias

    Uma boa notícia para o desalento nas metrópoles

    21/07/2016 02h00

    Zanone Fraissat-16.set.2012/Folhapress
    SAO PAULO/SP-BRASIL,16/09/2012 - Paul Romer no Almoço promovido pela "EXAME FÓRUM" no Hotel Unique.(Foto: Zanone Fraissat - Folhapress / MONICA BERGAMO)***EXCLUSIVO***
    Paul Romer, pesquisador de soluções urbanas e de desenvolvimento, em almoço em São Paulo

    Jango talvez seja derrubado pela segunda vez. Esse fenômeno pode acontecer em São Paulo, que há décadas debate o que fazer com o Minhocão sem chegar a encaminhamento definitivo. No deserto de decisões brotou uma ideia politicamente correta —trocar o nome do elevado de Costa e Silva para João Goulart —, para depois ver se ali serão plantadas flores ou dinamites.

    Enfileirados, os capítulos dessa novela desembocaram numa ironia da História, não numa solução para os 31% de paulistanos que se dizem nada satisfeitos em viver na cidade, o mais alto índice apurado em duas décadas pelo Datafolha.

    A quem está tomado pelo desencanto metropolitano, porém, a semana traz uma boa notícia. O nome dela é Paul Romer, pesquisador de soluções urbanas e de desenvolvimento. Conhecido por provocar os colegas até sobre a maneira como se expressam, ele acaba de ganhar o megafone de economista-chefe do Banco Mundial, que já ecoou gente do calibre de Larry Summers e Joseph Stiglitz.

    Romer defende que as mudanças que têm mais impacto para o progresso são as que acontecem nas cidades —e não as decorrentes das grandes decisões nacionais.

    Seu modelo preferido é o das vizinhas Hong Kong e Shenzhen, metrópoles chinesas onde foram aplicadas políticas que aceleraram seu desenvolvimento e acabaram por transformar o país. O economista já propôs que a nova Cuba seja construída a partir de uma Guantánamo entregue ao Canadá. O próprio Romer tentou implementar o que chama de "cidade-manual" em Honduras, projeto abandonado após problemas com o governo local.

    O otimismo latente em suas propostas resultou num mantra: "Uma crise é uma coisa terrível demais para ser desperdiçada". Para os brasileiros que em três meses vão trocar seus prefeitos num cenário de desmotivação recorde, Romer é uma oportunidade.

    roberto dias

    Jornalista é secretário de Redação da área de Produção da Folha, onde trabalha desde 1998. Escreve às quintas.

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