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Manifestantes em Nova York no Dia da Mulher; movimento ficou conhecido como 'Dia sem Mulheres' |
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Wednesday, 08-May-2024 02:59:02 -03Roberto Dias
Energia das mulheres é a melhor aposta para um futuro melhor
09/03/2017 02h00
SÃO PAULO - É uma história famosa: em 1975, na Islândia, as mulheres decidiram passar um dia sem trabalhar nem cozinhar ou cuidar das crianças. A greve teve imensa adesão e funcionou como divisor de águas para o movimento feminista.
Vem daí uma inspiração para os protestos que tomaram ruas pelo mundo nesta quarta (8), a começar pelo nome que batizou a ação de agora ("Um Dia sem Mulheres").
Foi a segunda grande onda no ano de manifestações capitaneadas por movimentos feministas —a primeira delas, no dia seguinte ao da posse de Donald Trump, reuniu centenas de milhares só em Washington.
A despeito de todos os imensos problemas que ainda em 2017 afetam particularmente o universo feminino, o movimento das mulheres tem bastante do que se orgulhar. Conseguiu muitos avanços objetivos nos últimos anos e décadas, ainda mais expressivos se levada em conta a inquietante velocidade média de progresso dos costumes.
As manifestações recentes carregam pautas difusas. Nos EUA, incluem a derrubada do presidente. Aqui, nesta quarta, um protesto na avenida Paulista reuniu grupos feministas e sindicatos de professores contra a reforma da Previdência. A estratégia de agregar temas parece ser inteligente, se analisado o apelo que os protestos deste ano alcançaram no debate público mundo afora.
Uma medida desse sucesso pode ser tomada na comparação com a agenda ambientalista. Praticamente todo mundo é a favor do verde. Mas há dificuldade em colocar um número significativo de pessoas nas ruas na defesa dessa pauta, a capacidade de pressão política é insuficiente e o planeta continua derretendo.
Em 1917, a queda do czarismo russo se concretizou no embalo de um protesto feminino. Cem anos depois, as mulheres têm número, poder e disposição para fazer bem mais. A energia delas é a melhor aposta para um futuro melhor.
Jornalista é secretário de Redação da área de Produção da Folha, onde trabalha desde 1998. Escreve às quintas.
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