O termo "Big Data" está no ar. Ele se refere ao uso de ferramentas analíticas para processar (e visualizar) uma grande quantidade de informações.
Apesar de estar virando carne de vaca, a expressão ainda vai aparecer muito em conversas antenadas, especialmente entre quem lida com mídia, tecnologia e design.
Estão pipocando novas empresas e iniciativas acadêmicas especializadas em processar dados das redes sociais. Por exemplo, mapeando os termos mais usados na rede, como eles mudam ao longo do tempo e quem influencia quem.
Basta acompanhar os jornais e a TV durante os protestos dos últimos dias. Grupos como o Labic, da Universidade Federal do Espírito Santo, estão ganhando destaque merecido por esse tipo de análise.
Só que as ferramentas de análise que se democratizaram vão virando "commodity". Programas gratuitos como o SumAll, ou ainda, sites como o ManyEyes (criado pela brasileira Fernanda Viégas) ajudam não só na análise como na visualização de dados.
Além disso, empresas como a Amazon e o próprio Google incorporam cada vez mais ferramentas de big data nos seus serviços.
Com isso, qualquer cidadão pode virar um analista de dados. A questão é, então, como ter acesso a bons conjuntos de dados a serem processado. Por isso, é fundamental que a lei de acesso à informação seja aplicada para dados do governo, assegurando que eles estejam disponíveis a todos e minimamente organizados.
É um jeito de atender de forma inteligente à demanda por maior participação pública em voga nestes dias.
Quanto mais olhos digitais observando o governo (e não vice-versa!), melhor.
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READER
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É advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITSrio.org). Mestre em direito por Harvard. Pesquisador e representante do MIT Media Lab no Brasil. Escreve às segundas.