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    Ronaldo Lemos

    "Internet das Coisas" torna-se objeto de política pública

    26/05/2014 02h00

    O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) realizou há pouco no Rio o seminário Internet das Coisas: Oportunidades da Nova Revolução Digital para o Brasil.

    O termo "internet das coisas" é gozado. Ele sintetiza a tendência de que tudo, absolutamente tudo, tende a se conectar à internet. Da geladeira ao ar-condicionado, do carro às próprias estradas, passando por plantas, animais, pessoas e produtos.

    É gozado também o uso do termo "nova revolução". E também o fato de ter sido organizado pelo BNDES. É possível que a "internet das coisas" seja responsável pelo surgimento da nova onda de empresas bilionárias.
    Por isso, o tema já virou política pública em outros países há tempos. Na China, há mais de dez anos a política industrial do país foca-se nele, com vultosos recursos.

    Assim, é salutar que o Brasil esteja entrando na onda, ainda mais com o apoio do BNDES. No entanto, ao menos dois passos importantes precisam ser tomados.

    O primeiro é fazer com que o decreto presidencial que vai regulamentar o Marco Civil exclua a "internet das coisas" da obrigação de guarda de dados por parte de provedores.

    A razão é simples: como serão bilhões de dispositivos conectados, o volume de dados será extraordinário. Se o decreto não criar uma exceção para a internet das coisas, pode inviabilizar a área antes mesmo dela decolar.

    O segundo passo é reconhecer que parte da inovação nesse campo virá de garotos e garotas do chamado movimento "maker". São os novos Mark Zuckerbergs, que, a partir dos seus quartos, criam ideias capazes de gerar grandes empresas.

    No seminário do BNDES só vi pessoas de paletó. Na próxima edição, deveria estar cheio de jovens. Essa é uma área típica em que quem está de jeans pode mostrar o caminho para quem está de terno e gravata.

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    ronaldo lemos

    É advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITSrio.org). Mestre em direito por Harvard. Pesquisador e representante do MIT Media Lab no Brasil. Escreve às segundas.

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