Muitos pais e mães, principalmente, não deixam o Dia do Professor passar em branco para os mestres de seus filhos. Há o costume de, nesse dia, os pais enviarem um presente, pelo filho, àquele que, cotidianamente, convive com as crianças e adolescentes e as educa no ambiente escolar.

Há também instituições que presenteiam seus profissionais nessa data. Aliás, pelos mimos oferecidos, podemos até ter uma ideia de como a escola os encara. Algumas oferecem aos docentes um vale-livro; outras, um curso, uma palestra ou um evento que tenha a educação como tema, por exemplo. Outras dão presentes como doces, flores, jantar com a equipe e até eventos de entretenimento.

Não há dúvida alguma de que todos querem prestar homenagens aos mestres. Algumas delas são mais pertinentes ao Dia do Professor, outras menos, mas, de qualquer modo, os docentes sentem reconhecimento por seu trabalho, tanto da parte da escola em que exercem a profissão quanto dos pais de seus alunos, quando recebem essa homenagem.

Quero também celebrar o Dia do Professor, em forma de dois simples pedidos dirigidos aos pais de alunos e às instituições escolares. É que a melhor homenagem que podemos prestar aos professores é não atrapalhar seu árduo trabalho.

Meu primeiro pedido dirijo aos pais e mães –principalmente estas– dos alunos: vamos acabar com esses grupos de pais de alunos de uma classe, que se reúnem nesses aplicativos de mensagens instantâneas pelo celular? Caro leitor, você não tem ideia de como isso atrapalha o trabalho do professor!

Primeiramente, porque esses grupos seguem a mesma linha de comunicação da brincadeira "telefone sem fio". Um aluno conta à mãe um acontecimento de sua classe que o desgostou, essa mãe coloca a sua versão no grupo e, quando a encrenca chega à professora, direta ou indiretamente, depois de muita discussão e reclamações indignadas, já se transformou em algo totalmente diferente do acontecimento original. Resultado: desgaste da relação professor-aluno e gasto de tempo precioso dos professores e demais profissionais da escola que, em vez de ser dedicado aos alunos, passa a ser dedicado aos pais.

Em segundo lugar, porque tais grupos interferem em demasia no relacionamento do professor com seus alunos. Vale lembrar que a escola é a instituição que faz a transição de seus alunos da família para o espaço público, coletivo, por isso, quanto menor a interferência direta dos pais, melhor será realizada essa passagem.

Agora, um pedido às escolas: vamos reduzir consideravelmente o trabalho burocrático a que os professores estão submetidos? Os professores gastam muito tempo com essas tarefas, que não visam ao melhor aprendizado de seus alunos.

São provas em demasia, passagem de notas em programas que nem sempre funcionam a contento, são diários de sala, relatórios, reuniões sem caráter pedagógico e muitos et ceteras. E essa burocracia toda impera da educação infantil ao ensino universitário!

O tempo do professor deveria ser dedicado ao seu aprimoramento, ao planejamento criativo de seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Tudo o mais atrapalha muito o trabalho docente. Quem paga são os alunos, que têm, dessa maneira, menor dedicação dos mestres.

Professor, espero que meus pedidos tenham eco. Parabéns!