Há indícios arqueológicos que dizem que o mel talvez tenha sido o primeiro ingrediente usado na fermentação de bebidas. É a fonte natural de açúcar utilizada nas primitivas cervejas sumérias, egípcias e chinesas.

Data de 1800 a.C. o "Hino a Ninkasi", poesia que traz a receita suméria de cerveja produzida a partir do bappir- uma espécie de pão de cereais bem levedado- com mel, tâmaras e água.

Os guerreiros vikings acreditavam que, ao morrer, os heróis escolhidos por Odin seriam levados por belas mulheres para um paraíso chamado Valhalla, com uma fonte inesgotável de hidromel, sua bebida favorita, que brotava do úbere de uma cabra gigante chamada Heidrun.

Há diversos cervejeiros caseiros produzindo hidromel, "mjöd", em norueguês.

Uma bebida mais antiga que a cerveja e o vinho, fermentada a base de água, mel e especiarias -receita que pode incluir limão, gengibre, canela, cravo e até lúpulo.

Diluído em aproximadamente quatro partes de água, pode fermentar espontaneamente ou ser inoculado com levedura específica, podendo ultrapassar 10% de teor de álcool.

Algumas boas cervejas incluem mel em suas receitas. A maioria é de alta fermentação (Ales). A Colorado Appia usa mel de laranjeira produzido por uma cooperativa de Ribeirão Preto, agregando sutil aroma e nota cítrica ao paladar da cerveja de trigo.

A inglesa Fuller's Organic Honeydew é certificada pela Soil Association como bebida orgânica, e é a mais consumida nessa categoria em solo britânico, variação refrescante da English Pale Ale.

AS CERVEJAS DE OBAMA

Charlie Papazian, da Brewers Association (EUA), diz que a nação americana foi cativada pela cerveja artesanal.

Prova disso é que o presidente reeleito, Barack Obama, deu uma de "home-brewer". Ele comprou um kit de produção caseira e chamou o chef da cozinha presidencial que, por não ter experiência no ramo, aceitou pitacos de funcionários do governo que fazem cerveja em casa.

As receitas foram divulgadas no blog da Presidência, atendendo um abaixo-assinado virtual com mais de 10 mil assinaturas.

É feita em panelas, utilizando o mel produzido no jardim da mansão. As cervejas ganharam os nomes White House Honey Ale e White House Honey Porter.

Curioso com as receitas? Dê uma olhada no link oficial.

A legislação brasileira em vigor está obsoleta para a indústria de bebidas. Há restrição ao uso do mel em cervejas por estar na categoria "produtos de origem animal", proibidos por portaria.

Os dias 5 e 6 de fevereiro serão definitivos para a cerveja brasileira. Uma reunião em Brasília entre membros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, responsáveis pela regulamentação, profissionais cervejeiros e entidades ligadas ao setor servirá de base para redefinir questões ligadas à fabricação de cervejas. Torcemos por decisões coerentes e justas.

DICA DO BURGOMESTRE

Paralelamente à quinta edição do Festival Brasileiro da Cerveja, de 20 a 23 de março, em Blumenau (SC), acontece o 1º Concurso Brasileiro de Cervejas, aberto a todas as cervejarias regularizadas do país.

Serão contemplados todos os estilos de cerveja contidos no guia da Brewers Association. O manual da organização, que reúne cervejeiros norte-americanos, dá as bases para competições internacionais.

As inscrições, que devem ser feitas pelo site, serão abertas no próximo dia 21. E encerradas à 0h de 28/2.

A premiação será em 20/3, no início do festival.

COLORADO APPIA
Ribeirão Preto, SP
TEOR ALCOÓLICO 5,5%
ONDE Coisa Boa (tel. 0/xx/11/3073-0773)
QUANTO R$ 22,50 (600 ml)

FULLER'S ORGANIC HONEYDEW
Londres, Inglaterra
TEOR ALCOÓLICO 5%
ONDE Melograno (tel. 0/xx/11/3031-2921)
QUANTO R$ 26 (500 ml)