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    Sady Homrich

    Por que tão gelada?

    08/01/2014 03h00

    Para a grande maioria dos bebedores brasileiros, a cerveja deve ser adjetivada como beeeem gelada, trincando e iceberg, saída de geladeira que mostra temperaturas abaixo de zero em seus termômetros digitais.

    Daí aparece um cervejólogo como eu dizendo que está errado, que não devemos tomar cerveja tão fria, porque congela as papilas gustativas e prejudica a degustação, dentre outras teorias.

    Quem estará errado? Ambos, respondo. Afinal, quando você quer tomar cerveja para matar a sede no calor escaldante, é natural que peça uma cerveja leve para refrescar até a alma. O primeiro copo desce perfeito, OK. O segundo nem tanto, mas ainda compensa o calor. Daí em diante, onde está o sabor? Os goles tornam-se atos quase involuntários, numa lubrificação social que evolui até o vexaminoso exagero.

    O bom senso deve prevalecer na medida em que as cervejas são projetadas para diferentes situações. Um belga não abrirá o freezer para tirar uma tripel "trincando" enquanto vê a neve cair; tampouco um turista abrirá uma american lager quente, tirada do quiosque no Guarujá, com 35ºC à sombra.

    A curva de sabor proporcionada por uma cerveja leve e refrescante nunca será a mesma de uma encorpada e alcoólica. As diferenças geográficas e climáticas ajudam a criar essa grande diversidade de estilos, cada um com sua peculiaridade.

    Por exemplo, os estilos export e weizen (de trigo) podem ser apreciados entre 2ºC e 5ºC, sem prejuízo. Sugiro uma de cada um: a Abadessa Export traz boa presença de malte, com notas de biscoito; a Göttlich, do cervejeiro Leonardo Botto, tem toque de semente de guaraná.

    *

    Dica do burgomestre

    Uma boa notícia para quem aprecia cerveja, mas tem restrição alimentar a glúten: ainda neste verão chegará às prateleiras dos supermercados em São Paulo a Lake Side, primeira cerveja brasileira livre dessa proteína.

    Fabricada com tecnologia desenvolvida e patenteada pelo empresário Paulo Veit na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, mantém os níveis de glúten abaixo de 6 ppm.

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    ABADESSA EXPORT
    Origem Pareci Novo (RS)
    Teor alcoólico 5%
    Preço R$ 29,80 (750 ml)
    Onde Quick Pizza (av. Mal. Juarez Távora, 22, Morumbi, tel. 0/xx/11/ 3744-7000)

    GÖTTLICH DIVINA! WEISS
    Origem Joinville (SC)
    Teor alcoólico 5,8%
    Preço R$ 22,90 (600 ml)
    Onde Asterix (al. Joaquim Eugênio de Lima, 579, Jd. Paulista, tel. 0/xx/11/3368-5610)

    sady homrich

    Escreveu até dezembro de 2014

    Formado em engenharia química, Sady Homrich é especialista em cerveja e baterista da banda Nenhum de Nós. Em Porto Alegre (RS), organiza o encontro mensal Extra-Malte, sobre harmonização e novidades do mundo da cerveja.

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