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    Samuel Pessôa

    Gastos previdenciários no Brasil são altos na comparação com OCDE

    12/03/2017 02h00

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 15-9-2016 - FILA NO INSS - 06:58:26 - O segurado espera ate 1H30 por atendimento no INSS - O avanco nas discussoes de uma reforma na Previdencia, o desemprego, o anuncio de uma extenso pente-fino nos beneficios por incapacidade levaram lotacao das agendas de atendimento no INSS. Com isso, muitos segurados estao arriscando e indo diretamento s APS, enfrentando espera de ate 1h30. Vamos entao a agencias para levantar a fila, o tempo de espera e o que levou os segurados ate la na entrada da agencia do INSS. Fila na agencia Glicerio, na regiao central. (Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress, GRANA) ***EXCLUSIVO AGORA *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA *** FONES 3224 2169 * 3224 3342 ***
    Fila para atendimento no INSS, em São Paulo

    O quadro representa o gasto previdenciário para diversos países. Os dados foram obtidos no site da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). No eixo horizontal, está representada a razão de dependência de diversas sociedades. Trata-se da razão entre a população com 65 anos ou mais e a população economicamente ativa, isto é, com idade entre 20 e 64 anos.

    No eixo vertical está representado o gasto do setor público com aposentadorias e pensões de servidores e trabalhadores do setor privado, além de benefícios não contributivos, e outros benefícios para a terceira idade, como gastos com mobilidade de idosos e subvenção pública para asilos. Foram excluídos os gastos com aposentadoria por invalidez.

    Para o Brasil, empregamos os dados públicos, do Tesouro e do Ministério da Previdência Social, sobre os gastos com aposentadorias e pensões dos servidores e do setor público, rurais e urbanos, além dos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).

    Editoria de Arte/Folhapress
    Arte samuel pessoa

    Nosso gasto se equipara ao da França e é pouca coisa menor do que o da quebrada Grécia, apesar de a razão de dependência por lá ser quase três vezes maior do que a nossa.

    É óbvio que as regras de concessão de benefício previdenciário são no Brasil totalmente fora do razoável em comparação aos países da OCDE. Diversas simulações indicam que, quando tivermos a estrutura demográfica da Grécia, se nada fizermos, o gasto atingirá 22% do PIB. Antes disso, nossa economia perderá a capacidade de crescer e nossos filhos serão ainda mais pobre do que somos.

    A reforma da Previdência, além de ter importante impacto de lon- go prazo sobre o Orçamento, aumentará no médio prazo a taxa de poupança, contribuindo para a redução de forma sustentada das taxas de juros.

    Trata-se da reforma mais importante para recuperarmos a solvência fiscal e com ela a estabilidade macroeconômica e o crescimento econômico.

    samuel pessôa

    É físico com doutorado em economia, ambos pela USP, sócio da consultoria Reliance e pesquisador associado do Ibre-FGV. Escreve aos domingos.

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