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    Silvia Corrêa

    Lugar de cachorro é na sombra

    06/01/2013 03h00

    Verão, férias, praia, sol... e lesões de pele. O roteiro é um velho conhecido das pessoas mais clarinhas e descuidadas. E não é diferente com os animais.

    Soa estranho, mas cães e gatos também precisam de protetor solar. Não é o caso, evidentemente, daquele pastor-alemão preto que detesta ficar estirado ao sol. Estamos falando de animais de pele branca, pelos claros e curtos, com acesso ao quintal e que, em geral, já apresentam áreas do corpo despigmentadas (dê uma olhada na pontinha do nariz).

    A exposição contínua à radiação solar causa alterações no material genético das células da pele. No começo, surgem manchas vermelhas. Depois, aparecem feridas que não cicatrizam, apesar de tratamentos. Muitas vezes, elas viram câncer.

    Ilustração Tiago Elcerdo

    Para evitar o início do processo, o ideal seria proteger o animal com produtos FPS 30 ao menos duas vezes ao dia (não adianta usar os mais fraquinhos). Há produtos veterinários, mas pode ser o protetor de gente mesmo (sai mais barato).

    Focinho, barriga e pontas de orelhas são os locais mais comuns de queimaduras. Nos machos, acrescente à lista a bolsa escrotal.

    Então, se você conseguir garantir as duas sessões diárias de cuidados, o risco estará afastado? Quem dera... Há outro problema: cães e gatos não gostam de ficar melados e se lambem até remover todo o produto! Uma opção é passar o protetor bem cedo e levar o animal para passear ou brincar um pouco com ele. Entretido, ele esquecerá de se lamber.

    Nem todo mundo, no entanto, tem tempo para encarar diariamente esse ritual. Nesse caso, a única saída é evitar que o animal se exponha ao sol entre as 10h e as 17h. Não passeie com ele nesse horário e não deixe que fique em áreas descobertas do quintal -nem que, para isso, tenha que colocar um portão novo na casa.

    Sabe a receita do dermatologista para uma pele bonita e jovem? Vale o mesmo para o seu cão.

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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